Um devaneio discreto, coerente
onde o passado me parece
Ser mais presente do que o presente.
As celas que travam nossas mentes
são as celas que travaram delinquentes.
As faixas que laçam nossos pulsos
São as algemas que prenderam os reclusos.
Hoje a minha cama iluminada pela aurora
me recorreu as camas sujas dos detentos de outrora,
E pareceu que eu dormiria nos meus medos
e sucedeu que eu me encolhi, acordei cedo.
Hoje sou mais ontem do que nunca
e hoje sei que amanhã serei,
pois a luta que se arma avulsa
é filha deserdada da lei .
Gabrielle Portella