domingo, 26 de agosto de 2012

Hora essa

Ora, ora... Hora essa!
Ainda passa a graça da hora.
Ah sim! Ela passa e implora:
-- Que viva a hora que virá
e virará agora, e passará!
Ora! Hora que ora e chora.
Ora chora, ora implora....
E se dispersa nos instantes
(imensos, constantes)
num tempo indecifrável pra mim
que não está aqui, pois passou,
mas não tem fim!

Hora que afora mora
e não me pertence, pois vai embora.
E deixa em seus fragmentos
a sombra dos momentos,
que vagueiam na penumbra da memória...
que guarda tristeza, guarda vitória.

Gabrielle Castaglieri

sábado, 11 de agosto de 2012

Automnal

Desfez-se o universo num instante calado
E toda a história que outrora teve seu sentido.
Desfez-se notas, memos, versos tresloucados
E todo o passado que tinha-se mantido.

A hora para e atrasa; corre e cai.
Passo instantes eternos a olhar para os pés
vejo as folhas caírem secas
E, triste, percebo que não vi o florescer.

Et.. en automne de mon émotion je étais ...
ah... sont beaucoup choses !
Mais ma vie non peut être meilleur,
J'ai toi! Et seulement ça c'est tout que j'aime.

E caem as folhas indicando que passou...
Passou o tempo, passou a vida, passou!
Et je veux pouvoir avoir toi...
C'est tout que je veux!
C'est toi.

Les mots dennent un pouvoir...
pouvoir pour porter mon coeur à toi ,
et elles me dennent les heures,
et elles me dennent son coeur.

Gabrielle Castaglieri

http://www.youtube.com/watch?v=UY4a3C38vsM&feature=relmfu

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tabaco

(Li poesias!
Peguei um tacabo na tabacaria)

Encosto a minha cabeça na quina de um quarto escuro.
Recordações voam e levantam a poeira antiga,
quero me afastar para onde o infinito se acabe,
para onde já não haja universo nem nada daqui...

Hoje afastei-me por um instante eterno e corrompido
por um estreito recordar de outra face, não a sua,
que nada fez-me sentir, fez-me sentir nada!
Então caiu como tempestade no meu ser o teu rosto
(calado, imparcial, desconexo, pintura a olho)
que fez-me gelar o peito e trazer secura aos lábios.

Eu seco-me por completo, já não sei o que faço.
Canto e toco time after time, tento ser desconexa
e tendo a cair por tentar andar sem pressa.
Eu hoje vi minha face no céu negro sem estrelas...
descobri-me oca, sem sentimento por mim.
E cansei-me da cidade, cansei-me do nada.
Calei-me às circunstâncias que também a nada me levam.

Ontem foi um sonho seresteiro, cheio de trovas e bucolismo.
Hoje limpa-me o ser a história secreta que guardavam as árvores.
Ai! Vou ler Álvaro de Campos e imaginar um homem velho...
para ter gosto da vida e ver que no nada há metafísica
pois Alberto Caeiro também me traz volúpia !

Faço de suas palavras hoje a minha religião.
Pra que pensar em Deus? Ora, pra quê?
"Pois Deus quis que o não conhecêssemos".

Hoje eu beijaria Alberto,
Daria amor ao Álvaro,
e a Ricardo Reis eu daria um tapa!
Para deixar de ser tão belo,
e ter um pouco de coisas repugnantes
pois adoro!

Ora, agora já não me tenho hora!
Nem a nada, nem por de graça.

Afastam-se os campos e vêem-me os montes,
pintados de branco. Hoje tudo é neve.

Desejo ir em linha reta à uma tabacaria!
Quem me dera  se eu pudesse num dia de verão o meu olhar...
estar todo ao livro Guardador de Rebanhos do meu amado poeta!

Pois agora o amor ri na minha cara e arranca-me lágrimas.
Só quero Fernando! Quero os meus Fernandos!
A letra A do seu nome, um Cancioneiro!

Ai sim, nestes poucos acordes eu canto o meu dia.
Violão, francês e poesia.
Paz, amor e empatia!

Gabrielle Castaglieri

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...