para quatro primaveras, prometida.
Em um bocejo no meu quarto
o devaneio e o desacato,
e logo encontro-me perdida.
Perdi os anos e as histórias
para três outonos esquecidos.
Arrasto-me pela memória
em uma prece matinal
a rogar o amor vencido.
Me perco outra vez
a procurá-lo por aqui,
mas não mais me encontro ali
os quatorze passaram no refrão,
eu mudei, eu decidi .
Sou a borra do seu café amargo,
Sou a borra do seu café amargo,
sou a fumaça do seu único cigarro,
dos seus tragos eu sou tua tosse,
sou tua branda ameaça de cirrose .
Não que eu tenha feito-lhe mal,
mas passei em meio ao vendaval,
e passei, e passei... Passei.
Hoje seja eu tua prosa,
aos dezoito seja eu tua rosa,
e aos vinte e oito seja eu vossa.
Gabrielle Lamarque