quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ser

E o ser sapeca minhas poesias,
Deixe estar... Deixe estar...
Cabe ser somente os instantes
Deixar o ser e deixar estar.

Ser-me-ei sangue latente
que corre ardente em corpo rubro.
Estar-me-ei em melodias quentes
que faz suar o corpo rubro.

Não quero o ser. Não quero ser
O que sou quando estou
Perto do ser, evitando ser
O que verdadeiramente sou.

Mas não estou mais perto do ser
Pois não estou mais perto de ser um troféu.
E não estou mais perto de querer
Estar perto do inferno ou do céu.
Quero viver o agora, ser fugaz,
Voar e planar no tempo...
E viver a paz dos momentos.
Ser no decorrer da vida
O degustar da vida.
Deliciar-me em desventuras
E também em conquistas.

Basta ser. Basta o ser.

Raquel Rodrigues

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Frágeis fragmentos

A fuga d'um frágil fragmento de tempo
fez n'alma frenesia de sentimentos
Fico estasiada e volátil:
meus deveres faço e desfaço;
da dança perco o compasso...
E, se de algo me esqueço, disfarço.

Sempre ou quase-sempre assim:
Um momento, e já perdi-me de mim.
E, no vento, vôo ao fastígio da fascinação
onde soa os nossos sussurros, imaginação.
E sentindo a fragrância suave d'seu pescoço
Je t'embrasse... e te abraço, sem muit'esforço.
Nesta sinfonia, vamos conforme'm sintonia.

Ilusório ou não, já não penso em despertar.
E desta fuga há somente o meu atrasar.
Pois somam-se fragmentos temporais
e resultam-se em fortes horas eternais.
E quando paro a enfrentar-me o reflexo
percebo que hibernei em um sonho complexo.

Não arrependo-me, entretanto, de tanto sonhar.
Pois sei que quando a realidade chegar
não ei de bocejar ou de ter sono.
Não será assim: um sonho enfadonho.
Entrelaçarei-me no seu corpo concreto
e gozarei na ventura d'um sonho secreto.

Contudo, cuidado com esta minha poesia.
Não confundas volúpia com maresia.
Sou de dar-lhe vinho quando há de ser,
e de brindar e de gargalhar e de beber.
Mas estes versos figurativos cheiram chocolate,
e são como seda fina nas mãos d'um alfaiate.
Pois aqui concentram-se fragmentos
dos meus mais puros e doces sentimentos.

Gabrielle Castaglieri

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Soneto Monólogo

Agora deixo o tempo a aguardar por mim
pois já não passo senão por alameda sombria,
pela penumbra do ontem sem fim...
Das tardes em que a vida sorria.

Tenho na doce lembrança um quarto apertado.
Tenho na gaveta uma infância empoeirada,
uma rosa murcha, um coração quebrantado
E recortes de fotografias amassadas.

E temo o que farei.
Pois do que passou, passou.
Mas do amanhã não sei.

E me regro. E me rogo,
para não perder o controle
deste meu monólogo.

Gabrielle Portella

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ser que sou

Sou o que não se pode saber.
Assim: não saber ser.
Se sou não sei.
Se sei não sou.
E também não anseio saber.
Meu desejo é ser
E meu ser é desejo.

Sou uma taça de vinho
a deixar marca na mesa.
Sou de uma janta romântica
o licor, a sobremesa.
Sou de suas incógnitas
a única certeza.
Sou por hora serva,
por hora burguesa.

Só sei que não pertenço a ninguém.
Sou somente minha mansão.
Abandonada? Nem um pouco.
Por vezes um ou outro louco
Aluga-me à alto preço
de carinho, e sei que mereço.

Nada contém-me.
Mas contenho em mim tudo.
Não caminho em poucos passos
pois são grandes os meus traços
e meu traçar pelo mundo.

Nada detém-me.
E não detenho em mim tudo.
Meus desconfortos, sensações
e tantas outras impressões
sou de falar até aos surdos.

Em cada jornada, a boemia
e as minhas cenas e as poesias.
Um cigarro, um bar na cidade
por vezes esqueço-me da minha idade.

Sou o poder de fazer
quereres conhecer
o meu gosto acre,
o meu gosto doce.
Sou sensações
minhas e alheias.
Breves emoções,
no ressaltar das veias.

Soa o meu ser
ao suor que te corre ao corpo.
Soa o meu prazer
À dependência ao vento (ao sopro).

Raquel Rodrigues

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Mon grand amour

Je sais seulement que c'est toi.
Que complètes ma vie, oui, c'est toi.
Je simplement ne peux pas penser
en autre homme, pour mon coeur donner.

Autrefois j'ai eu très tristesse
Parce que je n'ai eu pas ta caresse.
Et mes larmes toujours à tomber.
Tout ça, seulement, par t'aimer.

Mais aujourd'hui c'est un nouveau jour.
Je t'embrasse, et nous faisons amour.
Tu m'emmène à les nuages, c'est ton don.
Et le vent chante la nôtre chanson.

Alors, aujourd'hui le ciel c'est trop bleu,
et c'est trop fort mon battement du coeur.
Ta présence c'est tout que j'ai besoin,
je voudrais toi en tous les recoins.

Gabrielle Portella

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Medo de mim

Nas manhãs nubladas do fim de minha infância
Já previa eu meus distúrbios do futuro
já temia eu o que aconteceria em mim
mas tudo era apenas pista no escuro
tentando mudar o imutável...
apagar o meu fim.
De mãos atadas hoje deixo a lágrima rolar
o que eu previ aconteceu, não tem como mudar.
Eu perdi-me em mim, não sei quem sou
cheguei aqui, mas não sei pra onde vou!
Tudo outrora era distante, uma possibilidade.
Agora tudo é tão claro... tudo é concreto...
Hoje aperta a dor da acre realidade
de que meus pesadelos estão bem mais perto.
Temo ainda mais o amanhã... desconheço-me!
O que eu quero está bem longe do que vou fazer.
Sei que eu vou tentar, mas não vou me conter.
É difícil dizer, é terrível pensar...
Eu sei, vou outra vez chorar.
Vou olhar para o sol e tentar entender...
Eu sei, vou outra vez sofrer.
Não vou conseguir dizer à ninguém o que há,
e alguém outra vez se preocupará.
Eu vou parar de escrever,
e sei, você não vai entender.
Mas  o que pode haver nas poesias
se minha mente me domina
e faz o que quer de mim?!
O que haverá de bonito quando
eu estiver surtando
por qualquer inutilidade?!
Ai, chegou a hora, eu sempre soube.
Sempre soube que essa seria a hora,
embora eu sempre tentasse fugir
e fingir que nada iria acontecer
agora só me resta assumir..
Assumir que estou perdida
que possa outra vez gritar,
e chorar, e dizer coisas sem sentido...
Porque eu perderei meus sentidos.

Gabrielle Castaglieri

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Do amor de agora

Embora seja eu incerta sobre o amor
estou certa de que a espera não será em vão.
Hoje a falta do meu bem me traz dor,
pois o tempo em tempo forma sofregidão.

Tendo eu pouca ciência de sentimentos
(se é que sentimentos têm ciência)
As vezes desequilibro em fortes ventos,
visto que existe em mim carência.

Mas o amor sempre dá tinta às minhas penas,
e as minhas penas sempre me dão asas
para na poesia versar as minhas cenas
e queimar a tristeza em quentes brasas.

E do meu amor guardo o ósculo poético
que me acalma quando eu já não me deito.
E, meu querido, por amor, não seja cético
que, em pouco, em seus braços me deleito.

Guardo no violão uma canção francesa
para cantar-lhe logo, ao pé d'ouvido.
E só sonho em cima desta certeza
de que estaremos (para sempre) unidos.

Gabrielle Castaglieri

domingo, 26 de agosto de 2012

Hora essa

Ora, ora... Hora essa!
Ainda passa a graça da hora.
Ah sim! Ela passa e implora:
-- Que viva a hora que virá
e virará agora, e passará!
Ora! Hora que ora e chora.
Ora chora, ora implora....
E se dispersa nos instantes
(imensos, constantes)
num tempo indecifrável pra mim
que não está aqui, pois passou,
mas não tem fim!

Hora que afora mora
e não me pertence, pois vai embora.
E deixa em seus fragmentos
a sombra dos momentos,
que vagueiam na penumbra da memória...
que guarda tristeza, guarda vitória.

Gabrielle Castaglieri

sábado, 11 de agosto de 2012

Automnal

Desfez-se o universo num instante calado
E toda a história que outrora teve seu sentido.
Desfez-se notas, memos, versos tresloucados
E todo o passado que tinha-se mantido.

A hora para e atrasa; corre e cai.
Passo instantes eternos a olhar para os pés
vejo as folhas caírem secas
E, triste, percebo que não vi o florescer.

Et.. en automne de mon émotion je étais ...
ah... sont beaucoup choses !
Mais ma vie non peut être meilleur,
J'ai toi! Et seulement ça c'est tout que j'aime.

E caem as folhas indicando que passou...
Passou o tempo, passou a vida, passou!
Et je veux pouvoir avoir toi...
C'est tout que je veux!
C'est toi.

Les mots dennent un pouvoir...
pouvoir pour porter mon coeur à toi ,
et elles me dennent les heures,
et elles me dennent son coeur.

Gabrielle Castaglieri

http://www.youtube.com/watch?v=UY4a3C38vsM&feature=relmfu

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tabaco

(Li poesias!
Peguei um tacabo na tabacaria)

Encosto a minha cabeça na quina de um quarto escuro.
Recordações voam e levantam a poeira antiga,
quero me afastar para onde o infinito se acabe,
para onde já não haja universo nem nada daqui...

Hoje afastei-me por um instante eterno e corrompido
por um estreito recordar de outra face, não a sua,
que nada fez-me sentir, fez-me sentir nada!
Então caiu como tempestade no meu ser o teu rosto
(calado, imparcial, desconexo, pintura a olho)
que fez-me gelar o peito e trazer secura aos lábios.

Eu seco-me por completo, já não sei o que faço.
Canto e toco time after time, tento ser desconexa
e tendo a cair por tentar andar sem pressa.
Eu hoje vi minha face no céu negro sem estrelas...
descobri-me oca, sem sentimento por mim.
E cansei-me da cidade, cansei-me do nada.
Calei-me às circunstâncias que também a nada me levam.

Ontem foi um sonho seresteiro, cheio de trovas e bucolismo.
Hoje limpa-me o ser a história secreta que guardavam as árvores.
Ai! Vou ler Álvaro de Campos e imaginar um homem velho...
para ter gosto da vida e ver que no nada há metafísica
pois Alberto Caeiro também me traz volúpia !

Faço de suas palavras hoje a minha religião.
Pra que pensar em Deus? Ora, pra quê?
"Pois Deus quis que o não conhecêssemos".

Hoje eu beijaria Alberto,
Daria amor ao Álvaro,
e a Ricardo Reis eu daria um tapa!
Para deixar de ser tão belo,
e ter um pouco de coisas repugnantes
pois adoro!

Ora, agora já não me tenho hora!
Nem a nada, nem por de graça.

Afastam-se os campos e vêem-me os montes,
pintados de branco. Hoje tudo é neve.

Desejo ir em linha reta à uma tabacaria!
Quem me dera  se eu pudesse num dia de verão o meu olhar...
estar todo ao livro Guardador de Rebanhos do meu amado poeta!

Pois agora o amor ri na minha cara e arranca-me lágrimas.
Só quero Fernando! Quero os meus Fernandos!
A letra A do seu nome, um Cancioneiro!

Ai sim, nestes poucos acordes eu canto o meu dia.
Violão, francês e poesia.
Paz, amor e empatia!

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 31 de julho de 2012

Hoje sou e estou tresloucada!

Secou-se o meu jardim
as palavras me fogem !
Não. Nem chocolate com licor
nada faz-me ter com o amor.
Nem a alvorada gélida,
nem o crepúsculo rubro.
Ai que certão!
Poetisa sem palavras...
Sofreguidão!

Vou ter-me com qualquer idoso na rua
que conte-me algo a valer
mais que uma dose de vinho!

Porque hoje estou calada.
Calei-me não sei como!
Nem venha-me cobrar,
leia-me sem gosto.
Porque hoje estou amarga!
Hoje olho-me e não vejo-me.
Deve ser os tais dias de mulher...
Afaste-se se tens amor a tua vida!

Esconda os risos amarelos,
pegue uma armadura,
e fuja, meu amor, fuja!!

Fuja para um monte bem alto,
porque hoje minha impaciência
salta tresloucada pelas ruas tranquilas.

Hoje estou quieta...
aparentemente calma.
Quem olha-me se encanta com meu humor.
Hoje pareço mança,
mas dentro em mim há desvairação e terror.

Hoje embriaguei-me com nada!
Estou louca, desvairada..
Não sei como!

Aliás, hoje de nada sei.
Poderia galopar nua...
Sim! Assim sim faria poesia!

Mas hoje não estou amorosa.
Hoje tudo é bizarro, cômico.
Tout une piège!

Ai. Fuja, meu grande amor...
Porque hoje nem sei eu como sou!

Gabrielle Castaglieri

Imberbe

Olha-me secreto, disfarça-me os teus gestos...
Mas ainda tenho pra mim um momento calado
duma tarde infinda que sorria amarelada.

Tenho em mim o zelo de compaixão.
Pois sei, o que ficou escrito é bucólico,
é poesia inspirada, é bela canção...
Mas entenda que foge de mim a certeza
e naquele último olhar, naquele calar
havia uma antiga rosa a se desabrochar.
Fora um lindo botão.
E nele eu guardara todo meu amor!
Não sei o que a vida quer para nós,
não sei para onde vou!
Mas hoje eu sei para onde quero ir.
Sou injusta com ambos.
Comigo também.

Imberbe, o teu colo tem-me feito sofrer.
O teu choro e o teu olhar de rancor
faz-me gemer... traz-me dor!
Falar isso à ti? Jamais.
Entenderás mal. Bem sei!
Tenho à ti belo zelo.
És gracioso em teu amor...
Mas como explicar que à ti não o tenho?
E agora afastam-se os olhares próximos,
e, por gosto meu, detenho-me a um olhar distante.


Agora, nesta noite fria e morta
tu negas quaisquer palavras da poesia.
Negas as minhas. Somente as minhas.
E viras o teu rosto à penumbra dos versos,
pões o teu penhor nas fendas das alamedas.
O que queres que eu te faça ?
Já não sei que ação minha calará a mim!
Não sei como posso fazer-te velar-me.
Calo-me então e sou indireta aqui...
neste instante poético,
onde tento matar-me em ti!

Será que é demais preocupação?
Se finges-te de morto e pintas minha face com culpa.

Imberbe,
O tempo passará para você também.
E tenho fé de que quando os pelos lhe pintarem a face
tu verás e entenderás por parte isto que faço (e o que fiz).
Não descumpro o que digo!
Estou também só, a sonhar deveras nas noites!
A esconder, discreta, o tempo que me mata.
A esperar somente à quem amo,
não lho escondo!

Guardas para ti somente este vasto amor que tens.
Dê-te a dádiva do amor próprio,
e não deixes que te enganem.
Estou a vibrar para vê-lo homem forte,
e poder sorrir e dizer:
-- Ele presenteou-se  com o pólem dos poetas!
Encontres também alguém para que lhe ame,
e sei que ainda hávera muito do amor em ti para dar a esta!
Então, caro amigo, me tenhas por longe nos sentidos,
e graceje à ti somente a caridade e o amor!

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 24 de julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um suspiro

Hoje as feridas se calam.
Hoje, não sei como, nada faz-me regressar.
Tudo vem a mim como um sopro divino,
numa bela fase onde tenho de esperar.

Hoje parece-me que as paredes cantam
e os montes cantam e os prédios cantam.
Tudo abraça-me e dá-me aconchego bom
e eu calo-me perante àquele saudoso som...

Sim! Estou a brilhar os olhos num suspiro sem fim
daqueles antigos, quando tudo levava-me a ele;
daqueles contidos, que saltavam reprimidos...
No tempo em que todo o meu sentido inclinava-se a nós!

Estou outra vez a sentir o florescer de um amor puro,
que me alegra, faz-me brilhar, ilumina-me no escuro.
Estou a viver a essência de uma poesia serena
que faz as barreiras tornarem-se pequenas.

E agora uma certa força cresce dentro em mim,
com cabeça erguida vou perante quem quer-me mal.
E não me importo. A tudo suporto.
Pois sei, há pouco a se correr pela frente.
E ter-te ao fim é o que desejo somente.
Então sigo sem titubear.
Ando por guias de calçadas quebradas
sem cambalear.
Vivo e festejo quando deveria penar.
Mas ainda sou eu...
Choro quando devo chorar.
Tenho em mim o gozo de um amor
que leva-me a um sublime ardor.

E findo com um pulsar vagaroso,
que se estende por um instante amoroso.

Et ici je suis un moment, avec ma soeur.
Mais demain je veux avoir seulement avec toi.
Et mon amour pur, c'est pour son coeur
Que jamais je vas dire "au revoir".

Gabrielle Castaglieri



Ontem fui pra igreja, e o mais irônico de tudo foi o meu querido pastor pregando "sejam fortes e corajosos". Ao ver sua doce face de quem já viveu um bocado, me contentei com as palavras lá ditas. E assim prossigo, forte e corajosa. E essa força eu tiro do amor, e creio que o amor venha do Criador. Lindo Ele me presentear um homem para amar e ser amada.
Esse é um recado para tal, estou forte e corajosa!
Salmos 27- versículo 3 (hahaha)

Uma dança triste

Minha memória já esqueceu-se de mim.
Tenho em breves instantes um rodopio de uma dança antiga:
nas pontas dos pés,...
Um riso,...
Cabelos esvoaçantes (!) .

Agora vem algo incerto bater-me as ruínas.
Vem trincar em mim num grito de dor.
E deixa a hora, que já não me faz querer, nem o tempo.

Sou feita em pó nos campos de flor.
Vestida em trapos de um vestido que fora de se alegrar,
dançando aos convidados na sala de estar...
Mas o lindo vestido hoje é retrato de horror,
lembraças de um dia sem cor.
Dia este que tiraram-me a poesia,
minhas palavras,
minha melodia.

Deitaram-me ao chão.
Lembro-me:
uma lágrima fasteira na face de alguém,
rostos fracassados e sem expressão...
eu caída ao chão!
Um momento.
Um calar.

Mas hoje vem o incerto acalento,
deixando-me sonhadora,
sendo levada ao vento...
para um lugar não sei onde.

Ah... Sinto fugaz as coisas que outrora duravam com terror.
Sinto contentação e descontentação.
A contentação é por ser amada.
A descontentação é por amar.

Amar...
A loucura que quero.
Nos dias onde rasgo-me aos compassos do relógio
tensiono-me às palavras poucas num papel antigo..
E nada mais quero senão um choro efêmero
para regar o meu canto que virá ao entardecer discreto.
Tudo planto, então, num poema secreto.
Corrompo o segredo e o entrego ao senhor que me deleito.
E assim beijo o meu leito.
E vivo, por fim.

Gabrielle Castaglieri



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Canto à sequidão

O amor que tenho corre por vielas amargas
onde vence o medo em crianças fracas.
O amor que tenho constrange-me por não ter poder
de correr pelos pequenos, não poder vencer.

Eu vivi robotizada.
A tudo concordava numa vida vendada,
mas nada me faltava.
Com destreza percebi que havia pouco amor
nesse mundo, rodeando-me apenas tristeza e dor.

O amor que tenho me transborda e faz chover
e limpa do meu ser o capital, a coisa banal.
O amor que tenho me faz querer
viver, e enfrentar feroz ao vendaval.

Recebo no doce retrato do riso infantil
uma sólida força vitalizadora e feliz.
Um retrato que pra muitos seria vil
pra mim colore um dia em cores de giz.

Me contento com pouco, mas desejo mais.
Os cantos dos pássaros pela manhã me apraz.
Mas quando a tarde desce e bate nas nossas faces
eu percebo que dormi e sonhei com disfarces.

Limpo dos meus olhos o pus que outrora me cegara,
e canto aos montes secos o amor que vivo e vive.
Pra tanta sequidão uma vivedez de amor é rara,
então eu canto sem receio o que em mim reside.

Gabrielle Castaglieri


Triste realidade. Me dói o amago. Agradeço à Deus pela vida que eu tive, e oro (rezo) para que o Criador cuide dessas crianças. Dê a salvação na "cultura, hip hop" às essas crianças, ao povo que sofre nesses lugares. Oro também pra quem vive cego ai, pelas cidades. Têm tanto amor ao dinheiro... Mas o próprio Jesus falou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no céu. Então, quem quer ir pro inferno cheio de capital e pouco amor?
Na real, nem acredito em inferno. Mas, vocês cheios de moral, aprendam com as crianças o que em anos não aprenderam!
Abraços, paz e amor,
Gabrielle Castaglieri

domingo, 15 de julho de 2012

Certidão


Eu olho no espelho e ponho-me cabelos brancos.
Eu quero sentir-me inválida...
E sentir-me traída pelo coração.
Quero sentir a morte corromper a minha certidão.

E nessa hora de mortandade
eu vivo como nunca antes vivi.
A minha suposta velhice me renova!

(E ao mesmo instante destes versos asmáticos
uma velha vera estende suas roupas no varal.
Seus cabelos pintados mostram nada
do que ela imaginava que mostrava.)

Porém, sem mais ver ninguém,
ponho-me a apenas ouvir
o belo canto dos pombos negros...
Uma forma única de cantar!
Eu aprecio e, em alguns instantes, me enojo...
E sou toda assim...
No mundo, em que vivo, sujo;
no espelho, em que vejo, sujo.

Tudo me agrada e tudo me estranha.
Mas o equilíbrio das minhas ações
me elevam à um sólido amor
onde nada me estranha.
E tudo me torna amável.

(Neste momento uma vontate súbita me preenche.
Quero chocolate! Quero!)
Tudo me atrae, nada me convence.
Mas uma garotinha vagarosa se aproxima
e com gesto cordial sorri à mim...
Sinto então uma contentação sem fim!

Conheci homens mais do que dexei-me ser conhecida.
Li e escrevi almas em deterioração
e senti suas energias de sofreguidão!

Dei-me, como não sei se outra pode se dar,
às curiosas palavras dos homens.
Dei-me a todas palavras humanas que achei.
Ah sim! Confirmo pois: como me dei!
Dei-me à certeza dos tolos
e também à exatidão dos cansados!

Vi branco e preto no chão:
homens unidos, não aliados;
vi metereologista brincar de exatidão;
e vi magos sendo derrotados.

Agora não importa-me a hora
pois já não bate-me a porta a hora.
E sinto o vazio da minha pintura no espelho.
E sinto a palidez transbordando do cabelo!

E no meu último instante desejo um picolé,
andar na terra sem sapatos nos pés,
na vividez da flor por a minha fé.

E no meu último instante escrever a lápide
pois quero ter na morte algo que me agrade...
E logo penso que quiçá não tenha lápide.

Deixo de tanto pensar e olho na janela.
Ao fundo vejo uma loja
de papéis e ninharia.
O dono de lá forja
seus papéis e especiarias.

Mas já não quero pôr meus olhos na loja.
Então ao longe vejo um monte,
ele se cala abaixo de um céu cinzento;
ele sorri e as árvores pintam-se ao vento.

As árvores são naturais, são reais!
E não têm ação. Não pensam que são.
somente são.
E não têm fé. Não cortam-se dos pés.
Não vivem o invés.
E não têm mitos. Não têm crido.
Não têm nada quisto.

Visto isto posso pôr-me
no acalento da natureza,
que na veracidade expressa a beleza.
E não são como certos homens,
que têm certezas.
As árvores são muito grandes,
mas não querem grandezas.

Mas o planeta ainda gira.
E eu ainda sou mínima.
Não tenho por gosto morrer,
mas sim viver a cada instante.

Então volto-me para o reflexo da vida
e, ainda que esteja sofrida
continuarei a vencer!

Por hoje é um chá, é uma poesia.
Um dia será música, será maresia.
Por hoje é só umas notas em Sol...
E um fim daquilo que não se teve fim
...

Gabrielle Castaglieri

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Amor era

Estou sendo privada
Estou sendo sedada
Eles querem que eu te esqueça
Eles querem que eu padeça
Te conheço bem
Te peço vem
Vamos quebrar o templo
Cantar sem pensar em tempo
Sei bem, você me ama
Sei bem, sou tua amiga e ama
Vamos levitar nos acordes
Vamos levitar nos acordes
Quero acalmar teu peito
Te fazer sonhar
Rasgar nossos leitos
te fazer realizar
Entre sedas te envolver
Pura, da amoreira
Pura, da amor era!

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 26 de junho de 2012

Alvorada

Quero ver o raio que ninguém viu,
O raio que raiou somente pra mim;
Obedecer ao que meu coração (com razão) pediu,
E ter gratidão à quem raiou pra mim.

A noite surda era pálida, me chateava
Mas alguém com serenidade me sussurrava
" o Sol nasce todos dias, há de nascer.
"Estou com você, não tema o que há de haver"

Eu esperava o sono cálida, e a noite passava
O relógio era tirano e me chicoteava 
A saída era relaxar os músculos faciais 
Esperança de que corressem as horas banais.

Quando eu sentia o tempo perdido crescido
Abria uma fresta na janela trincada.
Os trabalhadores começavam seu dia devido.
E a fé pelo raio havia sido aumentada.

Ainda não era dia, pois o Sol tardava
Mas a fé era mantida, e só aumentava
E era hora de eu seguir para a Alvorada,
Encontrar o meu raio, me sentir amada.

Me arrumava toda para prosseguir:
"O Sol não veio, mas não vou desistir."
Descia para o ponto, pegava a condução 
Alguns ali pro mesmo destino, outros não.

E, quando antes de chegar, vi o meu raio,
A Alvorada estava perto tendo seus ensaios.
Ensaios da lição, como me ensinaria
Algo pra clarear não somente o dia.

Até que eu chegava na Alvorada, enfim.
Lá me recebia, de asas abertas, um Querubim
Que me levava até o entendimento;
Que me sorria e, assim, tirava o sofrimento.

Gabrielle Castaglieri



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Veracidade I

Há belezas diversas nas travessas.
Há belezas que eu vejo e as pinto.
Há belezas em que eu esculto.
Há belezas que são só vultos.

Na minha tela criam-se risos
Pelas cores vibrantes de um ser.
Ser belo, simetricamente preciso,
Imperfeições ocultas à quem vê.

Ele canta-me ao ouvido, "ceda".
Ele mostra-se comovido, seda.
Ele canta frases feitas, "ceda"
Ele, após tudo, faz desfeitas: perda.

Na minha tela criam-se setas
Indicam a veracidade de mim
De borrar a tela, cumprir metas;
De deixar nas travessas o que tem fim.

Há veras belezas que crescem, crianças.
Há veras belezas que nos dão esperança
(ardor).
Há veras belezas que beijam o infindo.
Há veras belezas que te deixam lindo
(amor).

Na minha tela criam-se veras.
Verás! Que nessas palavras há licor,
Há chocolate, há doçura, há amor
E o olhar penetrado em expor.

Ele vero cala-se e me contém.
Ele vero fala o que lhe contém.
Ele vero ama-me e me contém.
Ele vero sabe o que me mantém!

Na minha tela criam-se revelações
Digo de términos, findas emoções.
Isso, sigiloso, mantinha-se secreto:
sem ser vero não há amor concreto.

Gabrielle Castaglieri




sábado, 16 de junho de 2012

Todo o meu olhar

Todo o meu olhar se torna à você
e  todo o meu ofato
e toda a minha audição
e todo o meu tato.

Te sinto, vejo, ouço onde estou
e, seja qual for o lugar, lá está você.
As vezes penso que você faz parte de mim
e, quer saber? Você já faz sim.

Você mora em meus pensamentos constantes
pensamentos diários, pensamentos de amor.
Você está comigo a todo e qualquer instante
quando estou feliz, ou quando estou com dor.

Ma mots à toi sont pour parler que...
somente que eu penso em você,
e que meu amor canta nas ruas da cidade
com o canto dos bem-te-vis e dos colibris,
com o balançar das árvores,
com o ruído do vento...

Bom, isso é tudo!
Te amo em tudo!
Até!

Gabrielle Castaglieri

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sincronizar

(Nas batidas que pulsam cansadas ao subir uma avenida,
nos pensamentos que voam universos distantes,
nos sonhos fechados, calados, cobertos pela vida,
nas canções serenas que cortam as almas de amantes)

Te sincronizar, a todo e qualquer instante
Pensar em abraçar-te nas noites quentes,
Nas noites frias, e até quando não houver noite!

Sinto você em mim.
Quanta estranheza.
Quanta felicidade.
Quanta tristeza...
(Por toda cidade)
Quanta estranheza!

Sinto você, assim
Diversificado nos pontos...
Nos desencontros.
Pinturas reais.
Fotos banais.

Te sincronizar, calada e coberta
Pela obscuridade das coisas mais belas,
Destas belezas que se revelam quietas!

Sinto você perto
Sentimento certo.
Sinto mais que a mim
Sentimento sem fim.

Sinto você quando
pego-me sonhando
Desventuras desregradas,
Poesias desvairadas.

Te sincronizar, sem querer ou pensar
Por reação, consequência de amar
Como um certo tipo de telepatia
Meu amor, temos sincronia !

Gabrielle Castaglieri

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Canção Saudosista

Sobrevoam devaneios nestas noites frias
Palavras mostram sentimentos em cartas vazias.
Transcrições varridas colecionam sensações
Do que fora ouvido em antigas e belas canções.

Um acorde soa forte na batida do violão
uma voz ecoa, fazendo arder o coração
os quadros na parede pintam cenas
de poesias maduras, poesias serenas.

Eu canto o que sinto, faço a poesia voar
Ela alcança seus ouvidos, te vem acalentar
Eu canto o que vivo, o que me faz viver
A tristeza que privo, para um amanhã ter

Indaguei suas cartas, seus mistérios de amor
Indaguei fatigada da falta do ardor.
Eu corri desvairada pelas estradas sem fim
Eu recorri a outros braços, só pensei em mim.

Inesperadamente eu recebo um recado teu
Um ano se passou e nada, nada, nada morreu
Me passa um filme na mente, e ainda que eu tente
Estancar feridas do tempo, ler o recado sorridente
(eu não consigo, não consigo, não consigo)

O choro que rola pelo meu rosto é o fato
da felicidade e também do fardo
Dos instantes que temos de esperar
pra que se concretize nosso sonho de amar.


Eu canto o que sinto, faço a poesia voar
Ela alcança seus ouvidos, te vem acalentar
Eu canto o que vivo, o que me faz viver
A tristeza que privo, para um amanhã ter.

Gabrielle Castaglieri

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Além do egoísmo...

Foge de mim a vontade de lhe ter
quando penso apenas em sua felicidade
Sei que um dia você pode não me querer
e forçar-te a amar-me seria crueldade.

O que sinto vai além do tal egoísmo
quero a tua paz, te ver contente consigo
E na sua felicidade insisto e cismo
Não volto atrás do que por amor digo.

Embora eu sonhe acordada com o teu olhar
e tudo o que eu mais queira seja brincar de ciso,
juntar as malas pra contigo viajar
e escrever acrósticos com seu nome no piso...

Gabrielle Castaglieri


Palavras pálidas (cálidas)...

Palavras pálidas
(cálidas)
Ressoam nas tardes
(alardes)
D'um futuro agora
(chora).
E trazem consigo
(amigo)
Um amor infindável
(afável).
Consomem tristezas
(certezas),
Criam ansiedades
(verdades),
Correm tresloucadas
(amadas),
Acariciam o amante...
(distante).
E não esperam nada
(caladas),
Temem o temer
(viver).
Querem só dar
(amar),
E serem entendidas
(vidas),
E vê-lo contente,
(tente),
E fazê-lo feliz
(quis).
Não temem o medo
(cedo),
Tentam se alegrar
(imaginar)
Naquilo que é certo
(perto)
E preciso
(conciso).
Só querem falar
(falar)
Só querem falar!

Gabrielle Castaglieri

Minha música preferida dos Bee gees (*---*) , e tem tudo haver com o tema de palavras :

quinta-feira, 31 de maio de 2012

2FAST4U

Ontem se completou mais uma meta do projeto da minha vida. Estou feliz e grata pois vejo como, desde muito pequena, Deus esteve comigo, e na vida dos meus pais (antes mesmo de eu nascer). E na formatura do curso (ontem) eu só conseguia pensar numa música de Vinícius de Moraes, onde diz assim "nada renasce antes que se acabe, o Sol que desponta tem que anoitecer", então, entendo tudo isso como um renascer, e não um fim.
Conheci pessoas maravilhosas que me ensinaram lições que levarei pra vida inteira!
Uma dessas pessoas sempre dizia que "ninguém entra na nossa vida por acaso", e ela foi prova disso a todo instante. Já um outro falava da importância da falta de preconceito, ensinava a humildade,  incentivava a correr atrás dos sonhos, e um dia me motivou com a simples frase "avante poetisa!", o que ficou marcado em minhas lágrimas de emoção, gratidão e saudade!
Bom, diversas coisas marcaram esse ciclo e, com muito carinho escrevo à vocês o seguinte:

More FAST as the time

Indago outra vez sobre o tempo,
Acho que a contagem se engana,
Acho que não achei tempo
Pra achar o que me faltava.
Acho que achei que achava-o
Mas, sem achismo, nada achei!

Indago e indago-o pois ele passa
Me tira as horas e me faz graça.
E em seu passar fico distante
De risos belos... belos instantes.

Já não há tempo para regresso.
Nunca houve, nunca haverá.
Por isso imploro e vos peço
Que foquem apenas no que virá.

Três meses voam, o instante voou,
E eu me firmo para não voar
Nas recordações do que passou.
Quero viver sem me lamentar.

Mas a hora é agora toda
Feliz, lembrando-me contente
do que vivi e ganhei e dei...
em pouco tempo, tão somente.
Independente do tempo, agora sei
que não se acaba o que se sente!

Gabrielle Castaglieri




Tá faltando alguns D=

terça-feira, 29 de maio de 2012

Anseio-te

Não me contento.
Não me contentarei.
Ainda que grandioso seja esse amor
Nunca será o suficiente.

Ansiarei a cada dia ter-te mais.
Como em uma chova forte.
Quero me molhar,
Quero me afogar,
Quero me envolver nas águas
Deste saboroso sentimento,
Que me tira da angústia...
E me traz esperança,
E me cerca de força,
E me traz muita sede
(insaciável sede).

Sinto forte algo inexplicável,
que tira-me a cegueira
e faz-me vê-lo junto a mim.

E sinto você em mim, amor.
Sinto a cada dia.
Amor quase palpável.
Tão denso, tão denso, tão denso...

O futuro, ainda que incerto,
é dedução científica.
Quer prova maior que o amor?
E é nele que acredito, no amor.

É bela a simplicidade que há,
no meu (apenas) querer te abraçar.
Não desejo nada de grande do mundo,
Quero só te abraçar, te demonstrar o que sinto!
Quero te trazer sorrisos,
Te fazer cafuné embaixo da sombra de uma árvore...!

Quero vencer barreiras ao lado teu,
dar-te força e receber.
Quero uma vida inteira ao lado teu,
ter filhos, educá-los, envelhecer!

Gabrielle Castaglieri
PS.:  Mais informações abaixo, ao curioso !!! kkkkk' , Je t'aime !

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Amor a sabedoria

Quantas divisões há no tempo
Para que possemos sentir o presente?
Nem nos minutos, nem nos segundos,
Nem nos centésimos, nem nos milésimos,
Nem em todas as convenções temporais
Consigo sentir-me estar.

Sinto-me existir pois há passado que prova-me
Sutil no decorrer dos movimentos
E das ações e das observações.
O passado existe em mim:
Eu vejo-o nas cousas e no espelho
- pois no passado há todos os tempos -
Com base nele fingimos (nos) certos.
("Eu vi, eu passei. Isto é preciso!")
Com base nele iludimo-nos, credos.
("Eu vi, eu passei. Isto é preciso!")

Mas o passado dá exatidão há...
?
Diga-me! Diga-me suas observações!
Tente provar-me as suas teorias e visões!!
Se não sabe, ao menos, se é real o que vê,
Como ousa provar-me pelo o que vê?!

Unemos, então, tudo aqui dito
(Tempo e visão: ilusões)
Como poderei trazer-lhes provas
Se não provei do que lhes quero trazer?!
Quero que vivam e sintam e renasçam.
Quero que, se existe verdade nessa realidade,
Que ela seja sentida e, assim, provada pelos próprios!

Quero que credo e ciência tenham consciência
De que nada são, senão hipóteses.
E que deixem-se sentir e viver o sentido
Ciência e credo!!
Que sempre haja filo sofia nesta filosofia.

Gabrielle Portella

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Onde está a minha força agora?
Quando tudo faz-me pensar
E tudo tira-me o pensamento.

Onde há a verdade agora?
Se tudo faz-me sentir nada
E nada faz-me sentir.

Onde está a coerência agora?
Se tudo o que vejo não sinto
E tudo o que sinto não vejo.

Onde há correspondência agora?
Quando tudo que existe pode não haver
E o haver pode não existir.

Onde está o meu querer agora?
Se tudo o que quero pode não existir
E tudo o que existe (se existe) não quero.

Renato Padenie

Obs: essa poesia não é criação minha, mas sim de Renato.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Coerente

Ecoa, rasga, arde.
Tudo que tenho, sem decifrar.
Nosso passado, nosso penar.

Distante, triste, tarde.
No mistério do que virá,
dói nossa arte de esperar.

Pulsa, reza, chora.
A esperança me faz andar.
Deus é bom, há de ajudar.

Canta, vive, segue.
Vou prosseguir, não vou parar.
Ao horizonte manter o olhar.

Dança, aprende, perde.
Há um perder em ganhar,
uma vida toda a se pensar.

Recorda, emociona, ama.
A memória não vai deixar
tudo, em vão, se apagar.

Pensa, anda, age.
Parada não ei de ficar,
há um capítulo a terminar.

Ensina, tenta, ganha.
Em cada palava exalar
um ensino que lhe servirá.

Findo, prossigo, amo.
Tudo de mim a revelar
nestas palavras, no teu olhar.

Gabrielle Castaglieri

Ps: I Co 13. Te amo, cê sabe ;) .

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Palavras incertas, machucadas, duvidosas. Questione!

Palavras incertas, machucadas, duvidosas. Questione!
Todos duvidam do sempre ao passarem pela estrada do nunca
que os levam às ruas de dúvidas, esquinas de angústias,
lombadas de emoções, temperamento em trepidações.
Todos choram e acham o certo para as suas certezas.
Todos rezam aos próprios deuses que criam (reflexo):
egocentrismo, divindade única e soberana pra estes.
Todos nós erramos e crescemos e erramos...
A chibata não é nada, nada é nada, já está  feito.
O perdão é tudo, tudo é amor, perdoar e arrepender.
E não tropeçar no mesmo erro, não cair.

Gabrielle Castaglieri

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Rap cause happy with Jesus !

Eu vejo um oceano calmo inundando a terra, Eu vejo paz depois de tantas guerras, Eu vejo alegria abundante em nações, Eu vejo graça nas coisas onde veem decepções. O mundo está girando, eu sei. O Sol está aquecendo forte, eu sei. Há guerra, há morte, eu sei. Mas há uma paz em mim que transborda. E que comece em mim a mudança,pois Não vou esperar arrebentar corda, Nãqo vou me calar em meio aos hipócritas, Que iludem o povo com falsas palavras. A Verdade está aí, mas nós já sabemos mentir. Quando ilusões nos levam ao alto Nossos pés se esquecem do chão, pode admitir! E a mentira, muitas vezes, parece ser a saída Porque a Verdade está sendo esquecida. E confesso ter demorado(também)a perceber que A verdade é a ÚNICA que eu posso recorrer. No mundo a gente dá e recebe desmazelas E eu sou mais uma que já foi vítima delas. Porque nós pecamos, causamos dor, E eu reconheço ser também um pecador. Deus está ai falando pra você se arrepender, Ele não diz que NO MUNDO você vai parar de sofrer. Jesus sabe como é e quer te ajudar a conhecer a Verdade, pois ela vai te libertar. O fim com Deus é eternidade, Quando, pra minha ciência, seria efêmero. Quantas coisas com Ele eu provei com intensidade?! A alegria, a paz, o amor, tempos serenos! Se eu pudesse fazer com que todos O conhecessem,eu faria Pois sei que Ele é maior que qualquer outra alegria. Se se desprendessem de ver só as palavras do livro da Bíblia, E procurassem também sentir o amor Dele arder no coração Te garanto que Ele acabaria com a invasão depressão. Deus está ai falando pra você se arrepender, Ele não diz que NO MUNDO você vai parar de sofrer. Jesus sabe como é e quer te ajudar a conhecer a Verdade, pois ela vai te libertar.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Página "poesias minhas" desatualizada !


Galera, não atualizei há um tempo a página "poesias minhas", estão faltando várias para completar lá. Então, caso queiram procurar minhas poesias mais recentes, recomendo o menu dos "Arquivos do blog" no lado direito da tela (em baixo da fotografia da Bette Davis).
Breve atualizarei a página para ficar mais fácil a procura por ordem alfabética.
Obrigada pela atenção, Gabrielle Castaglieri.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Alma Deserta

Tudo do que sinto hoje são resíduos de você,
São poeiras de um amor sem fim...
Do não cumprir do que eu disse a você;
Do não cumprir do que você disse à mim...

Eu te vi numa miragem no deserto das emoções,
Eu te vi. Eu tentei sentir... Você desapareceu.
No deserto eu encontrei e segurei uns corações,
Eu me alegrei. Pensei em guardar... Nenhum seu!

Pensei que fosses a única fonte em meio às dunas.
Eu me atrevi, com minh'alma deserta, em te procurar...
Te procurei sentir em fontes de miragem, como aquela.
A sede não cessou, me pus a sentimentos suicidar.

Hoje minh'alma vaguei e vagueia e vagueia...
Toda alegria é uma música country e seu violão.
Alegria efêmera... Alegria traiçoeira!
Hoje só quero rolar e dançar e cantar uma canção!

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 1 de maio de 2012

L'amour

Causa-me arrepio esse vento,
parece partir dos teus lábios
parece teu. Com tua dor.
Tua dor!

Cobrindo-te com folhas secas vai a brisa.
Tua alma morta, teu retrato sem cor.
Sem cor!

A carícia da mórbida vida se refazendo ...
me é presente. Me é constante seu rancor...
Há rancor!

O bucolismo das árvores se vai,
e constrange-me a tua súplica!
Vejo seu corpo se descompor.
Se descompor!

(Comment aimer? C'est l'amour?
Regarder... C'est couple éphémères!)

Efêmero, como disse-me o poeta,
foi, é e será, o que dizem ser o amor.
O amor...

Gabrielle Castaglieri

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O quadro da face do Passado

Parte-me nesta hora uma saudade aguda,
um marasmo do sudeste.
Constante, infeliz!

O tempo cospe em minha cara a sua verdade,
do que se fez daquilo que se quis....
e do que se prometeu.
Nada é meu.
Nada eu fiz!

A face do Passado está presente num quadro
na sala de estar, onde converso com meus pais!

Tudo num relapso, que perfura agora... a alma!
Mudanças físicas e mentais percorrem tresloucadas.
Quero um acorde de piano, quero calma !

Quero seu solo... seu colo!
Não quero mais o querer em mim,
pois por querer a muito me detive...

Quero mais nada. Nada!
Esquecer, já não dá.
Lembrar, tornou-se dor.
Romper, não com o amor.

Gabrielle Castaglieri

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Saudosista...

O saudosismo que vagueia empoeirado pela sala
é evidente no olhar do pianista concentrado,
e nas folhas secas vistas pela janela entreaberta.
Tudo contribui. Tudo é memória. Tudo é saudade.

As vozes e os ruídos que ecoam pela casa
são nossas conversas das tardes tardias,
que dançam ao balançar das cortinas brancas.
Tudo contribui. Tudo é memória. Tudo é saudade.

Inconformo-me sem teus sorrisos, tuas besteiras, teu amor,
e em nudez protesto (deitada no chão), a falta que me faz
as tuas carícias, teu afeto e, confesso, não dei valor.
Tudo contribui. Tudo é memória. Tudo é saudade.

 (Casa sem móveis. Ecoa o choro. Toda a minha dor.)

Rolo pelo chão, juntando as poeiras na pele.
Fixam-se em mim os fardos da recordação,
e tudo o que eu queria agora, de volta,
eram os seus dedos entrelaçando-se em meus cabelos...
Tudo contribui. Tudo é memória. Tudo é saudade.... e dor.

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 6 de março de 2012

Vida

Morte diária. Constante mudança.
Nunca um sempre. O ponto. Desencontro.
Evolução. Criação. Reação.

Tempo perdido. Horas errôneas.
Instante eterno. Questões perturbadoras.

Vida que se cria. O tudo é dela. Nada sem ela.

Vida que dá vida.Vida que dá morte.
Vida que nada se dá.

Nela o respirar. O universo.
O abstrato. O erro. O incerto.
O concreto. O certo. O inverso.

Nela a partida. O recomeço.
O sempre-sempre. Alvorecer.
Após a morte. O renascer.

Vida, que beija a morte e se refaz.
Vida. Sem mais.

Gabrielle Castaglieri

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Soneto "Outra Vez"

Deixar amanhecer outra vez.
Deixar desacelerar, outra vez, o coração.
Deixar passar o momento e a insensatez.
Deixar e deixar e deixar, outra vez.

Fazer o alvorecer e o orvalho serem,
outra vez, o renascer do amanhã.
Fazer, outra vez, a pausa perante a brisa.
Fazer e fazer e refazer, outra vez.

Sorrir contra os pensamentos, outra vez.
Sorrir até que os lábios se sequem.
E, outra vez, sorrir e sorrir e fingir.

Ouvir com calma o canto de um velho
que, com voz serena, delicia a melodia
E, mais uma vez, ouvir e ouvir e...

Gabrielle Castaglieri

Desculpe!

Será que, ainda que triste, poderás entender?
Que o que reside em mim resiste, e não se faz ceder.
Que o que descubro (tarde) que existe, em mim faz doer.
Que hoje choro por ti, e não sei como te dizer (o porque).

Hoje observo o céu rosado, desse lindo amanhecer,
E ele me traz algo seu, e só preciso te devolver.
Mas não sei, querido, não sei como te remeter...

Coitado de ti! Querias tanto um amor...
Coitado de ti! Pois eu só te trouxe mais dor.
Coitado... Desculpe! Por seu sorriso descompor.

Gabrielle Castaglieri

Caro amigo Tananã,

Coisas vêm acontecendo
enquanto esta noite vai cedendo
para o sol resplandecer .
Minha escuridão está morrendo,
e a aurora está acendendo
um outro amor para viver.
Venho te admirando
A cada dia mais te amando
dum jeito que eu não sei dizer.
Posso até estar delirando,
estar até já inventando
sentimentos por você...

Gabrielle Castaglieri

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Delírios inquietos do amanhã

O assistir da caminhada do Sol perante as nuvens
É delirante inquietação do esperançoso amanhã.
Vê-lo descendo lentamente no imenso céu azul
E senti-lo aquecendo todo o corpo ao meio-dia
É como volúpia crescente e cheia de ardor.

E quando a noite chega a sensação é transbordante,
Então sou toda reflexo de um ardor, de um amor.
A pele sente a brisa, e o calor corre pelas ruas.
Tudo vira uma pintura ao delicado brilho da lua.
E a ansiedade predomina, os olhos se cansam.
A hora passa vagarosa, sem se deixar notar.
Mesmo pela luz das estrelas, tudo passa devagar.

E em cada bocejar há o medo de dormir,
E assim perder a hora de acordar e acompanhar
Cada passo da caminhada diária do Sol,
Cada brilho de esperança enviado nos teus raios.

E quando o Sol vem aparecendo atrás dos prédinhos,
A cidade inteira vai clareando, e o calor vai acendendo
A fé nas almas e nos corações dos apaixonados.
E tudo passa ter vida nova, novos ares, novas cores,
E eu fico acompanhando cada passo do Sol, delirando,
Imaginando diversas aventuras que o amanhã me aguarda.

Enquanto isso o vento vai levando o  tempo consigo,
E eu vou ficando num espaço mofado, empoeirado,
E eu vou me iludindo, vou te deixando pro futuro
E eu vou, desvairada, esquecendo-me pouco a pouco
Do porquê da minha rotina atrapalhada e delirante,
Do porquê de ter esquecido-me de mim,
E  ter-me deixado aproximar-me do fim.

Gabrielle Castaglieri

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Fez-se eterno no efêmero.

Fez-se grande em beleza
de sua face, de seus atos,
de seus gestos, de sua sutileza.

Fez-se eterno no efêmero,
nos poucos instantes,
no tempo rápido e derradeiro.

Fez-se amado e amador
de puras canções,
de puras palavras, puro amor.

Fez-se constante pensamento
perturbado e turbulento,
como a dor de um acalento.

Fez-se notável época
de mudança, de descoberta,
de realizações, de aprendizagem.

Gabrielle Castaglieri

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Memorial

Nosso tecer de frases naquelas tardes serenas
me trazem a lembrança do canto de um pássaro,
de um vendedor de cocadas esbravejando na rua,
de uma brisa atrevida que me invadia a janela...

Aquele amor tecedor de alegrias infindas,
que fazia-me esquecer-me de mim e da vida.
Aquelas poesias de nós dois, intercalando-se
no mesmo amor, na mesma dor, na vida em si.

E sua ansiedade crítica e suas unhas ruídas...
e a alta pulsação predominante em nós
e nossas desventuras e nossas conquistas.

E tudo sobrevoa no agora, num instante imparcial,
nesta hora estranha que não se deixa levar,
que de tudo ficou, na hora, este simples memorial.

Gabrielle Castaglieri

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Essência do amor.

Deixe que essa doce essência do amor
encha nosso lar e deixe a certeza de que
ali desabrochou uma flor bela e cheirosa.

E que nós nos lembramos ao sentir o cheiro
que ali esteve uma bela rosa do amor
que desabrochou e fez-se forte,
mas morreu, como todos as outras morrem,
deixando apenas a sua doce essência,
infinita e doce essência, do verdadeiro amor.

 Gabrielle Castaglieri

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Eu, você sentimos... Nós.

Loucura minha pensar tanto em você,
mas o que posso fazer se o seu olhar,
de longe, silencioso, curioso e discreto,
teima adentrar no meu espírito e dizer-me,
com as mais doces e belas palavras,
que quer-me, só a mim, que quer-me?
O que faço eu nesses encontros calados
onde os olhos amorosos de nós dois,
cansados, machucados e esperançosos,
dizem que querem olharem-se eternamente,
que para os meus olhos seus olhos são paisagens,
e para os seus olhos meus olhos são belas pinturas.

O que posso fazer se já amo estes teus olhos?
O que posso eu fazer com estes teus lindos olhos?
Por que cravastes em mim este teu brilho quieto?
O que posso eu fazer com este teu brilho quieto?

Sinto como se minh'alma voasse a cada encontro de olhar,
e sinto a sua alma voando a cada encontro de olhar.
E é como se as duas se pertencessem,
é como o encontro do desencontro das almas,
que agora voam para se abraçarem infinitamente.
Sinto que o que sinto é tão real, palpável,
sinto a verdade plena e tanta paz nisso tudo.
Eu sinto, é você. Você sente, sou eu.

Gabrielle Castaglieri

Você ou aquele...

Hoje não me vem à cabeça o então momento,
parece tão apagado e sombrio tudo que faço.
Mas há no decorrer das linhas desta poesia
a esperança do amor futuro e dos sonhos
e das promessas e dos planos e das juras,
como uma pequena vela se reacendendo.

E relendo cada palavra eu posso sentir
a mesma sensação de você me olhando.
Aquela sensação que me deixa incerta,
que me faz duvidar de mim, de tudo,
aquela sensação que me paralisa,
me deixa sem saber o que fazer ...

E agora eu já nem sei para quem escrevo...
de tão penetrante que aquele olhar foi em mim.
Não sei mais se você é realmente ele... não sei.
Talvez ele não exista mais em você,
e então eu mude para aquele, daquele olhar.
Aquele... aquele. Não mais você. Não sei...
Não sei porquê. Mas não mais você.

Escrevo para aquele que olhou-me nos olhos
e fez-me pensar em você não mais como o amor,
e sim como um amigo querido que ainda admiro...
Aquele que mudou tudo, e deu-me novo pulsar,
aquele que deu-me uma certeza tão forte,
certeza essa que não tive com você...

Ah, se não for aquele homem, meu Deus,
não sei o que faço comigo, o que faço de mim...

Gabrielle Castaglieri

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...