sexta-feira, 29 de julho de 2011

Último Sonho

Porque todo sonho começa só quando dormimos.
E este, onde está você, não foi diferente.
Ao deitar-me e suspirar o último suspiro
sua imagem foi a primeira que me apareceu.

As vezes não quero levantar, não quero acordar,
quero sonhar pela eternidade, viajar nessa nuvem.
Se em lugar algum eu lhe encontrar,
quero dormir, sei que sempre no meu sonho vais estar.

Porque os sonhos são sempre imprevisíveis
e é por isso que eu os amo:
hoje estou com você num maravilhoso sonho,
amanhã é seu velório num terrível pesadelo.
Mesmo assim quero sonhar eternamente
sabendo ser irreal, quero tê-lo em minha mente.

Como sonhar eternamente sem dormir?
Não há como, então deitarei-me
e o meu sonho com você será sem fim.
Vou embarcar no mar infinito
das coisas ainda mais irreais
à alguns grandes estudiosos.
Mas pra mim este mar é real.
Real por eu nele navegar
e irreal por ser tão lindo.

E nessa eterna contradição eu vou indo
serena, sem pensar ou planejar a próxima remada.
Afastada de tudo normal e das demais pessoas,
curiosa apenas com a especulada chegada.
Como é lá o lugar onde este sonho me leva?
O que tem acima, ou a baixo dessa embarcação?
Qual é a beleza do meu sonho sem fim?
Será que anjos e deuses sorrirão pra mim?

Gabrielle Portella

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Observação

Sua chegada, minha insensatez.
Fico perdida na realidade do irreal
de estar com você, estando distante
de receber seu amor e também amar-te.
Sua loucura junta-se a minha
deixando confusão na lembrança de ambos.

E, sem que me veja, eu invado-o
pelas noites não mais sombrias.
De seu corpo fatigado
eu observo na calmaria,
e o seu olhar ao vácuo
desata qualquer desfalecer em cinzas
O tempo passa no imaginar
as mil aventuras que sua mente cria.
Já o meu tempo passa ao observar
pelas curvas tenebrosas
o seu silêncio ao viajar
nessa embarcação amorosa.

E nestes versos sou sua poesia
que, com autoridade, escreveu.
Mas este desejo em tê-lo me traz fobia
de perdê-lo sem ter sido meu.

P.S.: Essa poesia é de grande estima minha, pois eu fiz ela com base numa poesia de um amigo meu, Rafael Renhe, e ele escreveu a poesia dele num dia muito especial (22 de Abril de 2011) que me lembrou uma pessoa, e me fez querer escrever a poesia Observação. Por isso estou postando essa poesia aqui novamente.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Saber Amar

Pedia todos os dias a capacidade de amar
e ter este sentimento tão especulado
não sabia que estava desejando noites a chorar
e que tem um sofrer em amar e ser amado.

O que no passado eram palavras poéticas
hoje se tornou a frustração amorosa,
antes fingia amar para escrever com destreza
hoje por o amor fico a chorar hora a hora.

Da próxima vez que eu pedir algo saberei
que não basta apenas amar, deve raciocinar.
Amar com sabedoria, com destreza,
deixar um pouco o coração e usar a cabeça.

O Nosso Futuro Passado

Você, meu passado amado,
em mim é constante presente,
e o presente é o imaginar
o futuro próximo contigo.

Futuro meu que passa rápido
e se transforma em passado,
e o presente é apagado
me tirando o tempo necessário
para ser e estar agora,
me tornando uma equação
sem resposta, só de incógnita.

Venha antes que o tempo,
chegue antes do passado
e teremos um futuro presente,
seremos eternos namorados.

Quero chegar no futuro
e ter certeza que meu passado
foi de uma vida ao teu lado.

O tempo está passando
já nem sinto mais o peso
da saudade, da incerteza ,
de tê-lo ou não daqui uns anos.
Sinto-me sempre em sua presença,
e ter visto os seus olhos uma vez
me basta, pois o meu futuro contigo,
amado meu, é presente, é o agora.

E vejo o futuro passado que teremos:
nós dois sentados em cadeiras de balanço
lembrando da juventude, serenos,
sorrindo abraçados
no balançar descompassado
da cadeira em frente a casa
que nós dois construímos.

Dizer que me preocupo com esse futuro passado
(que é, nada mais nada menos que, o futuro próximo)
seria mentir à mim mesma
algo desprezível, detestável.
Pois não me preocupo, apenas embarco
na temível e perigosa imaginação
onde o irreal pode se confundir
com algo quase que inquestionável.

Mesmo assim me sinto bem,
imaginando-o por perto.
Posso até me tornar esquizofrênica
mas o terei comigo, no quarto do hospício.
Não me importo como nem quando
voltarei a tê-lo e a vê-lo sorrir,
quero apenas as minhas promessas cumprir.

Promessa de vê-lo, de escrevê-lo
em cada poesia, em cada estrofe.
Ter-te no meu reflexo
e saber que és minha sorte,
aquilo que me faz ter vitória,
seja baseada nas derrotas passadas,
seja a lembrar da nossa história.

Gabrielle Portella 

Término

Caía a noite sem resposta
naquela tarde aconchegante.
Seu amor virou incógnita
temo ter sido o seu amante.

Minha mais bela boneca
por que me deixaste sem chão?
Te dei os oceanos em vida
mas teima partir em vão.

Esta tarde foi tão linda
então dê-me o resto da vida
de seu amor em meus braços,
não desate o nosso laço.

Por que tu queres ir?
Será que fiz algo de errado?
Comigo sempre te vi sorrir,
diga-me que sou seu amado.

Só pode ser isso,
tu não me ama mais.
Quer-me somente como amigo?
Deixarei-lhe em paz.

Fernando Faramílio 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Hospício da Solidão

Me chamaram de louca
por pensar com o coração.
Me enternaram nessa clínima.
Clínica da solidão.

Fui dopada para pensar excessivamente,
porém ficar sem emoção.
E, por mais que evitar eu tente,
penso sempre em você,
mas sem aquela antiga pulsação.

Platônico era apenas te ter,
agora também é te sentir.
O choro já não mais vem,
também não consigo sorrir.

Já perdi amor, casa, família,
só me resta perder
um pouco mais de pulsação
e quando mais nada me faltar
finalmente sairei daqui... num caixão.

Gabrielle Portella 

Urros e Burros

Doida, invadiu-me discretamente
e no meu ser surtou sem pedir licença
me tornando louco instantaneamente
me trouxe arrepios e surtos a sua presença.

Gritam em uníssono a sua boca e o meu ser
ambos com a mesma desvairação.
Fora de mim urro sem querer
à chamar as lobas da salvação.

Mas ainda quero estar perto de você,
sinto em mim volúpia quando de ti estou perto
sei que desta loucura não poderei me desfazer,
então te ter é, ao meu ver, o mais certo.

Agarre-se em mim até tornarmo-nos um
e por toda a cidade me chamarão de burro,
mas serei feliz. E, como eu, nenhum
terá tão bela deusa do perfume mais puro.

Pode ser burrice minha amar uma louca
mas é burrice sua se juntar à mais um
que é como tu, um outro adoidado.
Mas sou louco por que sou seu amado.

Fernando Faramílio 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desventuras em Série

Certamente já deves ter assistido ou ouvido falar do filme Desventuras em Série, atuado por Jim Carrey  (Conde Olaf). Esse filme foi baseado na série de livros de Lemony Snicket (heterônimo de Daniel Handler). Eu não sei se vocês se lembram do nome da família das crianças, era Baudelaire, esse nome não lhe parece conhecido? Pois é. É o mesmo nome do nosso grande poeta Charles Baudelaire.
Eu fiz uma pesquisa e vi que o ano em que Daniel Handler retrata a história do seu livro bate com o ano em que Charles viveu.
Vocês se lembram que no filme havia uma luneta para cada integrante da família ? Lembram-se que o lugar onde o Conde Olaf armava os incêndios era um olho numa vidraça? Charles Baudelaire foi um dos percursores do simbolismo e fez grande influência nos preceitos maçônicos.
(A baixo está uma foto do filme Desventuras em Série, onde eu marquei os olhos que aparecem, que também são símbolos maçônicos e usados em outras seitas também. Ignore os olhos do Conde Olaf, foi apenas uma brincadeira, rs)
Eu já postei duas poesias dele, as duas bem conhecidas, mas eu me intriguei mais com a Correspondances (correspondências), onde ele fala assim na primeira estrofe:

A natureza é um templo onde vivos pilares
Às vezes, deixam de fora das palavras confusas;
O homem passa por florestas de símbolos

Que o observam com olhos familiares.

Nunca entendi essa parte da poesia, mas esses dias eu vi num blog maçônico (não sei se posso citá-lo aqui, não pedi permissão pra isso) onde falava de um tal ritual da floresta. Veja uma parte da matéria deste blog:

O Ritual da Floresta teve seu surgimento associado às confrarias de fendedores (lenhadores), que dedicavam a vida ao culto da madeira e a alquimia que consistia na transformação da matéria viva em objetos de serventia ao homem. A sua técnica e a transmissão de seus segredos de ofício foram incorporados aos rituais que permitiam que o bom fendedor realizasse o trabalho com maestria e seguindo as leis naturais. Com o Ritual da Floresta os fendedores buscavam o seu caminho até Deus usando como base de ensinamento as suas técnicas copiadas do seio da floresta e assim associadas à presença do criador, extraindo o caminho moral a partir de seus instrumentos de ofício.
Este rito era praticado nas grandes florestas da França, Suíça, Noruega, Alemanha e Áustria, o ritual tem sua fonte provável nos Carpinteiros anteriores, os mais antigos, com grande influência cristã, sendo essencial a todos os carpinteiros de todas as especialidades e os Bons Primos Fendedores.

Achei isso super intrigante. Estou amando mais ainda todo esse mistério de Charles Baudelaire, e me interessando muito.
Com essa matéria podemos concluir que Daniel Handler é um grande fã de Charles Baudelaire, talvez seja maçom também, não sei... Quem sabe?
A única coisa que ainda não consegui encontrar foi se ele era religioso, se praticava os rituais e tudo mais, ou era apenas um admirador.... (me referindo ao Charles Baudelaire)
Vou pesquisar mais um pouquinho e falo pra vocês ok?
Por enquanto vou deixar um "gostinho de quero mais", rs.

Beijos amados e amadas.
Fiquem com Deus.

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...