quinta-feira, 11 de abril de 2013
O eu foge de mim
É estranho quando o eu foge de mim..
E vai nadando à boca de um poço sem fim,
submergido pelas ilusões passadas,
de poesias mal lidas, desprezadas.
A tarde vai caindo com um certo penar
como lágrimas derramadas sem pressa, devagar .
É um sorriso meio torto caído da boca...
É uma vida mansa, uma jornada oca.
Tudo isso traz um tom nostálgico à melodia,
traz um licor amargo ao doce da poesia...
e faz cansar os olhos, e faz pausar o dia.
E tudo vai calando lentamente
ou não sei se é eu que vou dormindo surdamente...
E o eu fugindo de mim, de repente...
Antônio Pardo
Era, fui...
Quanto mais penso no que sou
Mais deixo de ser o que eu era.
E o que eu era?
se é que eu fui...
Quantas vezes já olhei-me no espelho
na tentativa de encontrar-me? ...
Quantas vezes já fotografei-me
Na tentativa de esconder-me na figura? ...
Mas hoje tudo faz sentido, tanto quanto ao nada.
Visto que não há sentido em tudo...
E não há sentido em nada.
Sou um nada nesse tudo.
Tudo esse que não é nada.
Pois todo tudo vai ficando... e resta!
Gabrielle Castaglieri
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