terça-feira, 31 de julho de 2012

Hoje sou e estou tresloucada!

Secou-se o meu jardim
as palavras me fogem !
Não. Nem chocolate com licor
nada faz-me ter com o amor.
Nem a alvorada gélida,
nem o crepúsculo rubro.
Ai que certão!
Poetisa sem palavras...
Sofreguidão!

Vou ter-me com qualquer idoso na rua
que conte-me algo a valer
mais que uma dose de vinho!

Porque hoje estou calada.
Calei-me não sei como!
Nem venha-me cobrar,
leia-me sem gosto.
Porque hoje estou amarga!
Hoje olho-me e não vejo-me.
Deve ser os tais dias de mulher...
Afaste-se se tens amor a tua vida!

Esconda os risos amarelos,
pegue uma armadura,
e fuja, meu amor, fuja!!

Fuja para um monte bem alto,
porque hoje minha impaciência
salta tresloucada pelas ruas tranquilas.

Hoje estou quieta...
aparentemente calma.
Quem olha-me se encanta com meu humor.
Hoje pareço mança,
mas dentro em mim há desvairação e terror.

Hoje embriaguei-me com nada!
Estou louca, desvairada..
Não sei como!

Aliás, hoje de nada sei.
Poderia galopar nua...
Sim! Assim sim faria poesia!

Mas hoje não estou amorosa.
Hoje tudo é bizarro, cômico.
Tout une piège!

Ai. Fuja, meu grande amor...
Porque hoje nem sei eu como sou!

Gabrielle Castaglieri

Imberbe

Olha-me secreto, disfarça-me os teus gestos...
Mas ainda tenho pra mim um momento calado
duma tarde infinda que sorria amarelada.

Tenho em mim o zelo de compaixão.
Pois sei, o que ficou escrito é bucólico,
é poesia inspirada, é bela canção...
Mas entenda que foge de mim a certeza
e naquele último olhar, naquele calar
havia uma antiga rosa a se desabrochar.
Fora um lindo botão.
E nele eu guardara todo meu amor!
Não sei o que a vida quer para nós,
não sei para onde vou!
Mas hoje eu sei para onde quero ir.
Sou injusta com ambos.
Comigo também.

Imberbe, o teu colo tem-me feito sofrer.
O teu choro e o teu olhar de rancor
faz-me gemer... traz-me dor!
Falar isso à ti? Jamais.
Entenderás mal. Bem sei!
Tenho à ti belo zelo.
És gracioso em teu amor...
Mas como explicar que à ti não o tenho?
E agora afastam-se os olhares próximos,
e, por gosto meu, detenho-me a um olhar distante.


Agora, nesta noite fria e morta
tu negas quaisquer palavras da poesia.
Negas as minhas. Somente as minhas.
E viras o teu rosto à penumbra dos versos,
pões o teu penhor nas fendas das alamedas.
O que queres que eu te faça ?
Já não sei que ação minha calará a mim!
Não sei como posso fazer-te velar-me.
Calo-me então e sou indireta aqui...
neste instante poético,
onde tento matar-me em ti!

Será que é demais preocupação?
Se finges-te de morto e pintas minha face com culpa.

Imberbe,
O tempo passará para você também.
E tenho fé de que quando os pelos lhe pintarem a face
tu verás e entenderás por parte isto que faço (e o que fiz).
Não descumpro o que digo!
Estou também só, a sonhar deveras nas noites!
A esconder, discreta, o tempo que me mata.
A esperar somente à quem amo,
não lho escondo!

Guardas para ti somente este vasto amor que tens.
Dê-te a dádiva do amor próprio,
e não deixes que te enganem.
Estou a vibrar para vê-lo homem forte,
e poder sorrir e dizer:
-- Ele presenteou-se  com o pólem dos poetas!
Encontres também alguém para que lhe ame,
e sei que ainda hávera muito do amor em ti para dar a esta!
Então, caro amigo, me tenhas por longe nos sentidos,
e graceje à ti somente a caridade e o amor!

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 24 de julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um suspiro

Hoje as feridas se calam.
Hoje, não sei como, nada faz-me regressar.
Tudo vem a mim como um sopro divino,
numa bela fase onde tenho de esperar.

Hoje parece-me que as paredes cantam
e os montes cantam e os prédios cantam.
Tudo abraça-me e dá-me aconchego bom
e eu calo-me perante àquele saudoso som...

Sim! Estou a brilhar os olhos num suspiro sem fim
daqueles antigos, quando tudo levava-me a ele;
daqueles contidos, que saltavam reprimidos...
No tempo em que todo o meu sentido inclinava-se a nós!

Estou outra vez a sentir o florescer de um amor puro,
que me alegra, faz-me brilhar, ilumina-me no escuro.
Estou a viver a essência de uma poesia serena
que faz as barreiras tornarem-se pequenas.

E agora uma certa força cresce dentro em mim,
com cabeça erguida vou perante quem quer-me mal.
E não me importo. A tudo suporto.
Pois sei, há pouco a se correr pela frente.
E ter-te ao fim é o que desejo somente.
Então sigo sem titubear.
Ando por guias de calçadas quebradas
sem cambalear.
Vivo e festejo quando deveria penar.
Mas ainda sou eu...
Choro quando devo chorar.
Tenho em mim o gozo de um amor
que leva-me a um sublime ardor.

E findo com um pulsar vagaroso,
que se estende por um instante amoroso.

Et ici je suis un moment, avec ma soeur.
Mais demain je veux avoir seulement avec toi.
Et mon amour pur, c'est pour son coeur
Que jamais je vas dire "au revoir".

Gabrielle Castaglieri



Ontem fui pra igreja, e o mais irônico de tudo foi o meu querido pastor pregando "sejam fortes e corajosos". Ao ver sua doce face de quem já viveu um bocado, me contentei com as palavras lá ditas. E assim prossigo, forte e corajosa. E essa força eu tiro do amor, e creio que o amor venha do Criador. Lindo Ele me presentear um homem para amar e ser amada.
Esse é um recado para tal, estou forte e corajosa!
Salmos 27- versículo 3 (hahaha)

Uma dança triste

Minha memória já esqueceu-se de mim.
Tenho em breves instantes um rodopio de uma dança antiga:
nas pontas dos pés,...
Um riso,...
Cabelos esvoaçantes (!) .

Agora vem algo incerto bater-me as ruínas.
Vem trincar em mim num grito de dor.
E deixa a hora, que já não me faz querer, nem o tempo.

Sou feita em pó nos campos de flor.
Vestida em trapos de um vestido que fora de se alegrar,
dançando aos convidados na sala de estar...
Mas o lindo vestido hoje é retrato de horror,
lembraças de um dia sem cor.
Dia este que tiraram-me a poesia,
minhas palavras,
minha melodia.

Deitaram-me ao chão.
Lembro-me:
uma lágrima fasteira na face de alguém,
rostos fracassados e sem expressão...
eu caída ao chão!
Um momento.
Um calar.

Mas hoje vem o incerto acalento,
deixando-me sonhadora,
sendo levada ao vento...
para um lugar não sei onde.

Ah... Sinto fugaz as coisas que outrora duravam com terror.
Sinto contentação e descontentação.
A contentação é por ser amada.
A descontentação é por amar.

Amar...
A loucura que quero.
Nos dias onde rasgo-me aos compassos do relógio
tensiono-me às palavras poucas num papel antigo..
E nada mais quero senão um choro efêmero
para regar o meu canto que virá ao entardecer discreto.
Tudo planto, então, num poema secreto.
Corrompo o segredo e o entrego ao senhor que me deleito.
E assim beijo o meu leito.
E vivo, por fim.

Gabrielle Castaglieri



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Canto à sequidão

O amor que tenho corre por vielas amargas
onde vence o medo em crianças fracas.
O amor que tenho constrange-me por não ter poder
de correr pelos pequenos, não poder vencer.

Eu vivi robotizada.
A tudo concordava numa vida vendada,
mas nada me faltava.
Com destreza percebi que havia pouco amor
nesse mundo, rodeando-me apenas tristeza e dor.

O amor que tenho me transborda e faz chover
e limpa do meu ser o capital, a coisa banal.
O amor que tenho me faz querer
viver, e enfrentar feroz ao vendaval.

Recebo no doce retrato do riso infantil
uma sólida força vitalizadora e feliz.
Um retrato que pra muitos seria vil
pra mim colore um dia em cores de giz.

Me contento com pouco, mas desejo mais.
Os cantos dos pássaros pela manhã me apraz.
Mas quando a tarde desce e bate nas nossas faces
eu percebo que dormi e sonhei com disfarces.

Limpo dos meus olhos o pus que outrora me cegara,
e canto aos montes secos o amor que vivo e vive.
Pra tanta sequidão uma vivedez de amor é rara,
então eu canto sem receio o que em mim reside.

Gabrielle Castaglieri


Triste realidade. Me dói o amago. Agradeço à Deus pela vida que eu tive, e oro (rezo) para que o Criador cuide dessas crianças. Dê a salvação na "cultura, hip hop" às essas crianças, ao povo que sofre nesses lugares. Oro também pra quem vive cego ai, pelas cidades. Têm tanto amor ao dinheiro... Mas o próprio Jesus falou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no céu. Então, quem quer ir pro inferno cheio de capital e pouco amor?
Na real, nem acredito em inferno. Mas, vocês cheios de moral, aprendam com as crianças o que em anos não aprenderam!
Abraços, paz e amor,
Gabrielle Castaglieri

domingo, 15 de julho de 2012

Certidão


Eu olho no espelho e ponho-me cabelos brancos.
Eu quero sentir-me inválida...
E sentir-me traída pelo coração.
Quero sentir a morte corromper a minha certidão.

E nessa hora de mortandade
eu vivo como nunca antes vivi.
A minha suposta velhice me renova!

(E ao mesmo instante destes versos asmáticos
uma velha vera estende suas roupas no varal.
Seus cabelos pintados mostram nada
do que ela imaginava que mostrava.)

Porém, sem mais ver ninguém,
ponho-me a apenas ouvir
o belo canto dos pombos negros...
Uma forma única de cantar!
Eu aprecio e, em alguns instantes, me enojo...
E sou toda assim...
No mundo, em que vivo, sujo;
no espelho, em que vejo, sujo.

Tudo me agrada e tudo me estranha.
Mas o equilíbrio das minhas ações
me elevam à um sólido amor
onde nada me estranha.
E tudo me torna amável.

(Neste momento uma vontate súbita me preenche.
Quero chocolate! Quero!)
Tudo me atrae, nada me convence.
Mas uma garotinha vagarosa se aproxima
e com gesto cordial sorri à mim...
Sinto então uma contentação sem fim!

Conheci homens mais do que dexei-me ser conhecida.
Li e escrevi almas em deterioração
e senti suas energias de sofreguidão!

Dei-me, como não sei se outra pode se dar,
às curiosas palavras dos homens.
Dei-me a todas palavras humanas que achei.
Ah sim! Confirmo pois: como me dei!
Dei-me à certeza dos tolos
e também à exatidão dos cansados!

Vi branco e preto no chão:
homens unidos, não aliados;
vi metereologista brincar de exatidão;
e vi magos sendo derrotados.

Agora não importa-me a hora
pois já não bate-me a porta a hora.
E sinto o vazio da minha pintura no espelho.
E sinto a palidez transbordando do cabelo!

E no meu último instante desejo um picolé,
andar na terra sem sapatos nos pés,
na vividez da flor por a minha fé.

E no meu último instante escrever a lápide
pois quero ter na morte algo que me agrade...
E logo penso que quiçá não tenha lápide.

Deixo de tanto pensar e olho na janela.
Ao fundo vejo uma loja
de papéis e ninharia.
O dono de lá forja
seus papéis e especiarias.

Mas já não quero pôr meus olhos na loja.
Então ao longe vejo um monte,
ele se cala abaixo de um céu cinzento;
ele sorri e as árvores pintam-se ao vento.

As árvores são naturais, são reais!
E não têm ação. Não pensam que são.
somente são.
E não têm fé. Não cortam-se dos pés.
Não vivem o invés.
E não têm mitos. Não têm crido.
Não têm nada quisto.

Visto isto posso pôr-me
no acalento da natureza,
que na veracidade expressa a beleza.
E não são como certos homens,
que têm certezas.
As árvores são muito grandes,
mas não querem grandezas.

Mas o planeta ainda gira.
E eu ainda sou mínima.
Não tenho por gosto morrer,
mas sim viver a cada instante.

Então volto-me para o reflexo da vida
e, ainda que esteja sofrida
continuarei a vencer!

Por hoje é um chá, é uma poesia.
Um dia será música, será maresia.
Por hoje é só umas notas em Sol...
E um fim daquilo que não se teve fim
...

Gabrielle Castaglieri

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Amor era

Estou sendo privada
Estou sendo sedada
Eles querem que eu te esqueça
Eles querem que eu padeça
Te conheço bem
Te peço vem
Vamos quebrar o templo
Cantar sem pensar em tempo
Sei bem, você me ama
Sei bem, sou tua amiga e ama
Vamos levitar nos acordes
Vamos levitar nos acordes
Quero acalmar teu peito
Te fazer sonhar
Rasgar nossos leitos
te fazer realizar
Entre sedas te envolver
Pura, da amoreira
Pura, da amor era!

Gabrielle Castaglieri

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...