sábado, 24 de dezembro de 2011

Palavras fajutas

Encontrei a minha eternidade no amor,
sentimento forte que faz da morte incapaz.
Encontrei da minha vida o valor,
com o amor segui sem querer voltar atrás.

E não há nada que me faça arrepender
desse infinito nascer do Sol na escuridão,
mesmo que a traiçoeira noite faça doer
de saudades o meu frágil coração.

Pois amor é tocha que faz a chama não apagar,
que estende toda a beleza incontinente;
ele é a força que nos faz querer lutar
em meio à negatividades e descrentes.

Pois amor não é regra, nem normalidade,
nem descrições de palavras fajutas...
Amor nunca é o que se espera ser,
vai além do que um poeta possa escrever.

Gabrielle Castaglieri

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Madrugada de véspera

Sinto como se agora fosse
a véspera de um reencontro.
Estou aflita e saudosista,
me faltam folhas para escrever
a ansiedade autoritária
que me atou agora
para o nada acontecer.

Sinto como se agora fosse
a porta dos meus sonhos se abrindo
na continuação do tal livro...
e já é tarde, você deve está dormindo
sem saber do amanhã que virá...
eu também nada sei
mas apenas quero imaginar...

Sinto os meus olhos desobedientes
fecharem no meio das palavras,
o sono é grande e persistente
nessa madrugada desgovernada.
E o som dos carros na rua,
e as luzes de natal nas casa
só fazem o meu corpo ceder e deitar...

Gabrielle Castaglieri


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Soneto Virada da Noite

Como é bom uma noite ganha
de olhos abertos, propositalmente,
não mais na triste insônia
como de costume antigamente.

Poder acompanhar as belezas da noite
e também suas mazelas;
os morcegos, as canções, os andarilhos
e os pássaros anunciando a manhã bela.

Abrir a janela ao canto de um canário,
ver os trabalhadores subindo no ônibus,
e os despertadores tocando ao som da rádio...

Ver o primeiro raio do nascer do Sol;
pegar um caderno, escrever poesia,
sentir a neblina e uma leve ventania.

Gabrielle Castaglieri



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Casa de Penhor

Passei o dia observando
Através da minha janela
O outro lado da rua
Onde havia uma casa velha
Com vitrines empoeiradas.

Era uma casa de penhor,
Todos passavam curiosos
Inclusive um senhor.
Este não se aguentou
E foi ansioso entrando,
Já era bem grisalho
De um andar estranho.

Com o semblante espantado
Saiu depois de um tempo
Algo ali foi penhorado...

Desci à rua para saber
Sobre a casa de penhor
O que eu poderia vender,
Se poderia trocar a minha dor
Por aquilo que o presado senhor
Trocou ali, muito entristecido.

Fiquei sabendo de uma rosa
Que o grisalho ali deixou
Por apenas uma prosa
Com o simpático vendedor.
Este senhor não havia dívidas
Que precisasse penhorar..
Só tinha uma promessa
Não cumprida, de amar.


Gabrielle Castaglieri

sábado, 17 de dezembro de 2011

Futuro, hoje, ontem.

O futuro é o paraíso onde me espera o meu amado,
é a cadeira de balanço, o olhar enrugado,
é a riqueza duma vida se transformando em diamante;
é a feliz realização de sermos eternos amantes.

Já o hoje é a desventura terrível e amarga,
que tira o apetite, que me esfaqueia e rasga,
que traz recordação do amor que pausou
com a promessa de voltar, no coração ficou.

O ontem é a felicidade terrível, por não tê-la mais,
é o riso, o pulsar, o cruzar dos olhos,
é a saudade e a esperança e a certeza,
é o amor desabrochando a sua beleza.

Gabrielle Castaglieri

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tarde de melancolia

Sensação que não vai embora
o querer estar perto
a vontade de correr ao amor
mesmo o amor correndo de mim.

Estou no eterno recordar,
no respirar em lembranças,
e se entupir de poeiras do passado.

E os delírios constantes
coisa que não passa
e não deixo passar
Pois é o conforto diário...
a ilusão amiga...
todo amor imaginário
e o sofrer real.

Ah que saudade dele,
ah que vontade do amor,
de amar e ser amada...
ah que saudade...

Saudade de me ver contente,
do "eu te amo", da poesia.
Saudade da saudade passageira...
aquela que eu sabia não durar
pois em instantes era certo
que ele iria chegar...

Agora não há certeza,
também não há dúvidas.
Não há mais nada.

Nada que me prenda,
nada que me dê alforria.
Minha liberdade é o amor
e estar presa em alegrias...

E esse pôr do sol,
esse piano tocando...
nessa tarde infinita
que esfaqueia em lembranças
que é cruel em seus momentos,
só me faz desfalecer
por não saber do amanhã
e do que me guarda o "para sempre".

Para sempre o que serei?
Para sempre em não saber
do para sempre que me guarda.

Para sempre essa tarde...
esse sol e esse piano...
essa foto e a poesia,
e o descontentamento,
e a infelicidade de mim,
de ser eu, ser assim.
E não poder fujir
criar outra cena,
outra vida, outro amor.

Onde corre os teus olhos?
Que paisagem, que momento?
Mais um ano vai caindo...
sendo levado pelo vento...
e onde estão os teu olhos?

Corre os teus olhos na poesia,
na melancolia da menina
que sofre o amor partido,
que sofre por ter sido amada
e ter amado...
ter tido amado.

Gabrielle Castaglieri

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hoje sou ontem.

Hoje sou o que restou de outrora.
Sou a memória empoeirada
que você guardou em sua gaveta,
sou a esquecida e velha amada.

Hoje sou uma fotografia em preto e branco
de um casal que foi efêmero e constante,
de uma alegria que foi... e apenas foi.

Hoje eu talvez nem seja mais...
hoje eu esqueci de mim....
hoje eu vi sua face embaçada
numa janela de vidro...

Hoje eu sou apenas mais uma gota
de toda a nossa tempestade.
Hoje eu sou ontem.... apenas ontem.

Gabrielle Castaglieri

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A primeira valsa...

Estou há algum tempo de luto.
O vermelho da rosa se tornou negro,
todas as alegrias se tornaram vulto
que passam por mim deixando-me o medo.

Medo de recordar do nosso riso,
da nossa valsa. Medo de chorar.
Medo de me cortar com a dor.
Medo... medo de lhe recordar.

É doloroso saber que você vive
e ainda assim eu não posso te ver.
Como eu queria dançar outra vez...
dançar outra vez uma valsa com você.

Aquela nossa valsa se eternizou em mim
os passos incertos, a cabeça ao chão
olhando para os pés, para não errar.
E nossas voltinhas, no nosso doce refrão.

 Gabrielle Castaglieri

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...