sábado, 13 de dezembro de 2014

Navegante

O sol abaixou-se no horizonte
o dia findou-se incerto e duvidoso
a noite escurecia devastadora:
Mais um dia , mais uma hora,
mais alguns instantes ,
e o ciclo se reinicia.

A incerteza do que sou
me aguarda ao alvorecer
e me suspende o dia .
Guio-me pelos faróis da existência
à margem do mar da vida
na praia do Será-fim .

Sou navegante exploradora
desse imenso mar turbulento.
Vou sem pressa e sem anseio
hasteando as minhas velas
direcionada pelo vento.

Sem roteiro e sem mapas
ou planejados destinos,
dessa viagem apenas sei
que a minha única chegada
é também minha partida.

Hora navego, hora nado
gosto de sentir essas águas
dissolvendo o meu enfado,
as minhas concepções,
e tragando em suas ondas
minhas desilusões.
Não mais vivo, apenas navego:
Incerta, dissolvendo o meu ego
Assumindo que desconheço o mar
e já o amando, sem dizer amar.


Gabrielle Portella






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