quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Frágeis fragmentos

A fuga d'um frágil fragmento de tempo
fez n'alma frenesia de sentimentos
Fico estasiada e volátil:
meus deveres faço e desfaço;
da dança perco o compasso...
E, se de algo me esqueço, disfarço.

Sempre ou quase-sempre assim:
Um momento, e já perdi-me de mim.
E, no vento, vôo ao fastígio da fascinação
onde soa os nossos sussurros, imaginação.
E sentindo a fragrância suave d'seu pescoço
Je t'embrasse... e te abraço, sem muit'esforço.
Nesta sinfonia, vamos conforme'm sintonia.

Ilusório ou não, já não penso em despertar.
E desta fuga há somente o meu atrasar.
Pois somam-se fragmentos temporais
e resultam-se em fortes horas eternais.
E quando paro a enfrentar-me o reflexo
percebo que hibernei em um sonho complexo.

Não arrependo-me, entretanto, de tanto sonhar.
Pois sei que quando a realidade chegar
não ei de bocejar ou de ter sono.
Não será assim: um sonho enfadonho.
Entrelaçarei-me no seu corpo concreto
e gozarei na ventura d'um sonho secreto.

Contudo, cuidado com esta minha poesia.
Não confundas volúpia com maresia.
Sou de dar-lhe vinho quando há de ser,
e de brindar e de gargalhar e de beber.
Mas estes versos figurativos cheiram chocolate,
e são como seda fina nas mãos d'um alfaiate.
Pois aqui concentram-se fragmentos
dos meus mais puros e doces sentimentos.

Gabrielle Castaglieri

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