sábado, 3 de junho de 2017

A Poesia de Amar

Respiro aliviada neste dia
que já conta com os seus últimos minutos
assim como minha angústia.
Sei que está passando neste tempo
no agora decorrendo lentamente
o passado outrora tão presente
(de um outrora recente).

Vi um moço atravessar a rua
depois de desenhar uma rosa num papel
e me dá-la discretamente com um belo sorriso.
O admirei intensamente por uma tarde longa
mas o dia se pôs e o vi ir embora
do lado oposto da direção do Sol.

Passei tardes inteiras imaginando sua volta
com sua rosa desenhada em minhas mãos
escrevendo poesias para ele que nunca foram lidas.
Cheguei a saber dele, mas nunca mais o vi.

Outro dia chegou e eu vi outro moço.
Era bonito e a mim se dirigiu com belas palavras.
Era poesia pura sua intensidade
algo belo de se presenciar.
O dia findou-se e ele não foi embora,
mas ao cair da noite uma névoa fria tomou o ambiente
e eu o perdi na imensidão.

Eu, perdida, tropecei no chão
e quando me levantei estava diferente o local
assim como eu.
A noite não havia passado,
e tudo o que eu sabia é que ele não estava mais lá
e assim como o outro moço, pensei comigo
- Ele não vai voltar.

Ao raiar do outro dia encontrei outro rapaz
era jovem e alegre como um girassol
Me encantou, me trouxe esperanças.
E por um momento, um longo momento, me fez acreditar
que haveria finalmente paz em meu coração.
Mas em mim houve uma grande tribulação
e dessa vez fui eu quem partiu,
em direção ao Sol se pondo, à oeste.

Agora a solidão me abraça delicadamente...
não sinto isso com tristeza
mas sim aliviada, como já disse
pois sei que do amor que tive fui sincera
e fiel à fidelidade que o poeta Vinicius já recitava.
E sinto que em mim ainda há espaço para amar.
Olhares, toques e beijos...
Tudo isso me inebria.
Sempre haverá em mim a poesia
de amar.

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