quarta-feira, 21 de junho de 2017

Carta Ao Psicólogo

Eu ranjo os dentes.
Roo as unhas.
Tremo as pernas.
Estalo os dedos.
Tudo em mim é reflexo deste anseio
Onde a causa é evidentemente ausência dele.
Uma nostalgia incoerente.
Uma saudade estranha.

Rejeito este sentimento.
Não quero viver de passado
(Como diria minha mãe).
Mas é que quando lembro dele
Consequentemente lembro de uma boa época da minha vida
Onde não havia doença,
Não havia crise,
Não havia efeitos colaterais de remédios
E consequências da crise.

Nunca me imaginei escrevendo essa poesia.
É engraçado como as coisas mudam.
A vida é mesmo um caleidoscópio, doutor,
Mudando a todo tempo.

Outro dia mesmo eu recitava poesias debaixo de uma chuva fina.
E fotografava poetas desconhecidos porém incríveis
Enquanto Suplicy nos escutava atentamente
E nos honrava com sua presença incrível.
Eu beijava um poeta
Eu me emaranhava em seus cabelos e barba.
Tudo passou tão rápido...
Não me enxergo neste presente.
Parece que ontem eu estava mais viva.
E meu erro é relacionar isto à uma pessoa.

Caro psicólogo,
Eu as vezes até sinto nostalgia quando lembro de Rockland.
Porque lá haviam pessoas como eu:
Reais. Despidas de suas armaduras de arrogância.
É estranho dizer isto visto que eu passei por um mau bocado lá
Tantos traumas que até Deus duvida.
Mas lá eu estava afastada de tudo,
Cuidando de mim e apenas isso.
É muito incoerente esse sentimento?

Eu desejo que o tempo passe.
Eu desejo ver as próximas figuras que esse caleidoscópio vai dar.
Te trazer outros assuntos, outras novidades.
Me esquecer do que me trouxe más lembranças
E guardar o que foi bom com zelo
Mas sabendo que passou
E sabendo aproveitar o presente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contentes Frustrações

Q UERO CAMINHAR EM MEIO  À MULTIDÃO DIZENDO O QUANTO SOU FELIZ NO AMOR QUE TENHO SOFRENDO E MESMO EM VÃO SABENDO QUE NÃO ME QUER A BORRECEND...