sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Não leia

Hoje eu não quero te escrever
Pois tudo do que escrevo
Sei que nada irás ler.

Se acaso veres esta poesia
É bem provável que apenas
passes os olhos perante as linhas
E não leias a parte de minh'alma
Que pinguei neste tinteiro.

Hoje eu não quero o amor
Pois não quero mais a dor
Dessa desventura.

O que os olhos não vêm
o coração sente sim.
E sinto muito, mas vejo
que tu não podes sentir
A verdade dos meus atos
E das minhas poesias .

Hoje eu não sou ontem
Pois já desconheço você
Que dormiu ao amanhecer.

Me entreguei àquele velho clichê
De "querer não é poder",
Pois não depende só de mim
Tampouco só de você.

Hoje o trem sacode
Mas segue em retidão
Trazendo náusea e sofreguidão.

Eu achava que não duvidavas
Do grande amor que sinto
Que sabias que não minto,
Mas vejo que não é assim
Que você já se perdeu de mim
E vê-me, então, como um fim.

Hoje a paisagem é borrada
Pelos meus olhos sem cor
Que vazam amor (ou dor).

Eu escrevi seu nome em tudo
Sonhei com seu sorriso mudo
Deveras pintei seu rosto, contudo
Hoje isso tudo não passa
De um livro deixado no escuro.

Hoje eu não sei de ti, não sei de mim.
Não sei quando tudo terá fim...
E nem sei se o terá.

A cada dia sigo a nova jornada
Com pessoas novas, e até me sinto amada.
Mas não sinto conseguir amar
Outra vez, como te amo e amarei.

Hoje eu te vejo sonhar
A amar outro alguém
E este é o meu penar.

E soa o meu tudo
Em pensamentos mudos,
Que nunca ouvirás
E se revoltarás
Pelo o que supôs ouvir.

Hoje eu me cansei outra vez
Como naquele dia de pranto
Das lágrimas de ambos a cair.

Cansei desse choro no canto
Por do teu canto haver saudade.
Mas ainda é pouca a minha idade
Nada agora há de fluir .

Hoje eu te amo como ontem
E como sempre ei de amar
Com vitórias, ou com penar.

Gabrielle Castaglieri

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