terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cadê o meu limoeiro?

Eu vejo que esta cidade está mudando
Pessoas veem e vão cheias de seus afazeres
As crianças (que antes apenas brincavam)
hoje sempre carregam os seus relógios
Será que nas novas escolas ensinam
a se apressar e ler o ponteiro?

Antes o ar era coisa misteriosa
ninguém dele sabia, o decifrava
hoje já podemos até vê-lo!
E isso é o que chamam de evolução.

bibliografia
O que antes meus pais me falavam
(naquelas rodas de conversa)
hoje, mesmo velho, vejo acontecer.
Era aquela tal história do futuro
com nosso quintal sem árvores.
Mamãe dizia que era por embargo
embargo de uma autoridade.
Papai dizia que o limoeiro
também ia ter que arrancar
para que viesse um pedreiro
nas ruas da nossa cidade asfaltar.

Antes minha rua era cor de terra
marrom, vermelha, era mais bela!
Hoje tudo que vejo é cinza,
corzinha tão sem graça!
O que tem de legal nela?
Eu gostava mesmo era do verde
Cor que me acompanhava
onde quer que eu passava.

Mas minha frágil arvorezinha,
que dava vida ao meu quintal,
foi brutalmente devastada.
E devastação virou viral
nenhuma árvore é respeitada.

Fernando Faramílio

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