A triste recordação vai sempre ficar:
lembrança de uma tarde
num verão, com um bolero qualquer.
Ao calor, de mãos dadas
dançava o homem junto a sua mulher.
Rodopiavam sem parar
no lindo parque da cidade
choro até hoje ao lembrar
da triste cena daquela tarde.
Pôde-se ouvir no ultimo rodopio
o grito doentio da linda esposa
estava um corpo sobre o outro
uma alma partiu sem sequer
se despedir ou avisar sua mulher.
Era a bala que atravessara o peito
do dançarino, homem direito.
Não havia motivos para o matar
então os passantes começavam a indagar
o porque daquilo tudo
qual ser humano absurdo
seria capaz de matar um homem desse
que sorrindo sempre esteve.
Hoje já passaram-se anos
e a pobre viúva continua dançando
para seu falecido marido
em cima de seu túmulo, no cemitério,
continua vivendo no pretérito.
Gabrielle Portella
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
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