segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ida

Partia a hora sem sentido.
No vácuo, um gemido
corrompendo o sentido imortal
de estar-se indo. Fatal
amor que voa nas nuvens
no tal grande avião
na lágrima a certeza
da falta: a solidão.

Sentir-me-ei nas rachaduras
do que ainda não se quebrou:
uma lembrança falsa e imunda
a única que ele guardou.

Ele está indo tão depressa
já é difícil lhe avistar
no coração há uma pressa:
ver o tempo passar.
Ganhando ao fim a certeza
que a rachadura se unirá.

vejo outros como vultos
que têm a sua silhueta
minha visão tornou-se sepulcro
onde está uma maleta
maleta que leva consigo
os meus demais desejos...
maleta que está contigo
neste avião de passeio.

Gabrielle Portella

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