terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dê-me a sua mão

Dê-me a sua mão,
assegure-me no teu colo.
Deusa rebelde
não aguento mais este vão
pois revelou-me celeste,
serena em mansidão.
Só tu podes preencher-me
dando a sua mão .

Me leve ao desconhecido mundo
que vejo no brilho do teu olhar
dê-me por uma eternidade
o seu tempero: ensina-me amar.

Está certa, é uma aliança mortal,
mas quando não sabe-se aprender
a deixar o habitual
para um novo mundo empreender.

Peço-lhe somente,
como jovem carente,
um pedaço do seu céu
e que dê-me a sua mão
para eu banhá-la no meu mel.

Tenho em mim uma colmeia
onde guardam-se meus desejos
sei que lá eles nunca se amargarão
e, se achar que mereço,
deixe-me lá guardar também a tua mão.

Faz-me sorrir, alegra-me
e tira-me da decadente esfera
onde estou a lutar desarmado
com uma terrível fera.

Serei-lhe fiel e darei-lhe o necessário
para voarmos na imensidão,
como jovens canários.

Nas suas vestes leves de seda
encontro a suficiente paz
e qualquer coisa que outra me ofereça
não me importo, tanto faz.

Fernando Faramílio

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