quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nômade das Nuvens

Minha casa é vento.
Sou pena no vendaval.
Mudo. Sou. E mudo.
Por não saber o que mudou.

E nunca sei onde estou, o que sou,
sou levada sem perceber.
Um instante, e já ventou.

Se houver alguém nessas longas terras
que me indique certo à um lugar
pousarei e viverei na certeza,
mas é impossível "alguém" achar.

Pois nada é certo
(sou tão incerto)
é incerto dizer, até,
que nada é certo.

Quero eu ser um certo
(saber quem sou)
Mas se não sei,
e nunca ninguém soube de si,
assim mesmo viverei
pensando apenas em sorrir.

Sou nômade das nuvens
não sei pra que lado o sol vai nascer,
não sei se amanhã haverá noite,
não sei até quando vou viver.

Sou nômade das nuvens
voando conforme o vento.
Mutante vida, tão normal.
Um dia diminuo... outro aumento.

Sou nômade das nuvens
sem mala e sem pertences,
voando e tocando uma canção...
a canção do nunca-sempre.

Tenho identidade
mas não sei quem sou,
um mero papel
nada me adiantou.

Tenho também um nome
mas também nunca me importou.
Pra que serve um nome
se ninguém nunca me chamou?

Tudo o que tenho não me serve.
Tudo o que tive, se perdeu.
O que tenho hoje, é para os outros.
Não tenho nada o que seja meu.

Muitos se acham independentes,
caminham com malas em longas estradas,
até que seus pés se cansam
e já não lhe restam mais nada.

Por isso sou nômade das nuvens
voando na imensidão
Podendo ver o mundo por cima
em uma privilegiada visão!

Sou nômade das nuvens
sem ter relógio ou tempo
Minhas asas de amor
me dão forças ao vento.

Asas de amor
que ultrapassam os limites
na alegria de voar
não há quem me deixe triste.

Asas de amor
que me fazem viajar
pelos apavorantes ares
pensando apenas em amar.

Gabrielle Portella 

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